A Caverna
Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes
Jean Louis Battre, 2010
Jean Louis Battre, 2010
19 de outubro de 2010
16 de outubro de 2010
15 de outubro de 2010
Mantra - a Deus o que é de Deus
A deus o que é de Deus
Marcha a família
In nomine dei
A Deus o que é de Deus
Desde que este Deus fique fora das minhas terras
Há Deus?
O que é de Deus?
O que é do Homem?
Deus?
In nomine dei? In domine homine?
Há nomine?
E foi assim
In nomine dei
Expulsos do Eden
Cercamento dos campos já no antigo testamento?
E foi comer o pão com o suor do próprio rosto
O pão nosso de cada dia
Suor nosso de cada dia
Patrão nosso de cada dia
É tempo que passa:
Mas não tem pão?
Que comam brioche
Mas não tem chão
Almejem o céu
Enfim com convicção:
A Deus o que é de Deus
E separou cristãos de fariseus
E não restou um só cristão
Que em nome de alguém dissesse
Ao homem o que é do homem
E a terra dividida ficou com poucos
E a igreja muito unida rezou por todos
em nome de poucos
Rezou em causa própria
Rogou por todos poucos que tinham pão todos os dias
E os sem pão
Tinham o suor salgado do salário pouco
E o tempo foi passando
e a fé foi terminando
o nome Deus ficou distante
palavra santa ficou descrente
Enfim todo cristão em fariseu se fez
pois o próximo ficou distante
Na cruz pregou-se a palavra feita em carne
E a palavra ficou muda
Pois cada uma de suas letras fico truncada
Trancadas nas mãos dos poucos que a guardavam
Pois muitos já não mais liam, ou nunca leram
Os olhos já se cansaram
De tanto olho por olho
De tanto dente por dente
Mesmo quando não mais dentes na boca havia
Os olhos já se cansaram
Os olhos ainda não cegos de tanto olho por olho analfaliam
Não mais:
A Deus o que é de Deus;
Mas sim:
Adeus ao que é de Deus!
Os olhos analfaleram
Antes da total cegueira do olho por olho nosso de cada dia
A outra face não mais cabia
Raimundo Beato
Marcha a família
In nomine dei
A Deus o que é de Deus
Desde que este Deus fique fora das minhas terras
Há Deus?
O que é de Deus?
O que é do Homem?
Deus?
In nomine dei? In domine homine?
Há nomine?
E foi assim
In nomine dei
Expulsos do Eden
Cercamento dos campos já no antigo testamento?
E foi comer o pão com o suor do próprio rosto
O pão nosso de cada dia
Suor nosso de cada dia
Patrão nosso de cada dia
É tempo que passa:
Mas não tem pão?
Que comam brioche
Mas não tem chão
Almejem o céu
Enfim com convicção:
A Deus o que é de Deus
E separou cristãos de fariseus
E não restou um só cristão
Que em nome de alguém dissesse
Ao homem o que é do homem
E a terra dividida ficou com poucos
E a igreja muito unida rezou por todos
em nome de poucos
Rezou em causa própria
Rogou por todos poucos que tinham pão todos os dias
E os sem pão
Tinham o suor salgado do salário pouco
E o tempo foi passando
e a fé foi terminando
o nome Deus ficou distante
palavra santa ficou descrente
Enfim todo cristão em fariseu se fez
pois o próximo ficou distante
Na cruz pregou-se a palavra feita em carne
E a palavra ficou muda
Pois cada uma de suas letras fico truncada
Trancadas nas mãos dos poucos que a guardavam
Pois muitos já não mais liam, ou nunca leram
Os olhos já se cansaram
De tanto olho por olho
De tanto dente por dente
Mesmo quando não mais dentes na boca havia
Os olhos já se cansaram
Os olhos ainda não cegos de tanto olho por olho analfaliam
Não mais:
A Deus o que é de Deus;
Mas sim:
Adeus ao que é de Deus!
Os olhos analfaleram
Antes da total cegueira do olho por olho nosso de cada dia
A outra face não mais cabia
Raimundo Beato
10 de outubro de 2010
As Alienações
As Alienações, 1964/1985
1
nos conventos fala-se em marx
nas casernas fala-se em deus
entre a cruz e a espada paira deus
entre farda e batina paira marx
a deus o que é de deus
a marx o que é de marx
deus ex marxina
2
pingue pongue
pingue pongue
sábado domingo
pingue pongue
pingue pongue
puteiro missa
pingue pongue
pingue pongue
vagina hóstia
pinguepongue
sabadomingo
pumisseteiro
vaginóstia
3 (haikais/1964)
oh, "paus d'arco em flor"
bashô! 1o. de abril
pau-brasil em dor
faunos verde-oliva
desfilam na linha dura
os phalos falidos
marcha da família
com deus pela liberdade
masturbam-se hienas
desemprego em minas
porta-aviões bebe bilhões
oh, minas gerais!
filhas de maria
cardeal contra o monoquíni
filhas de biquíni
família unida
reza & rouba sempre unida
oh, tempos de paz!
reformas de base
a grama já amarelece
bashô, nada muda
castelo de cartas
castelo mal-assombrado
brasil branco, branco
José Lino Grunewald
1
nos conventos fala-se em marx
nas casernas fala-se em deus
entre a cruz e a espada paira deus
entre farda e batina paira marx
a deus o que é de deus
a marx o que é de marx
deus ex marxina
2
pingue pongue
pingue pongue
sábado domingo
pingue pongue
pingue pongue
puteiro missa
pingue pongue
pingue pongue
vagina hóstia
pinguepongue
sabadomingo
pumisseteiro
vaginóstia
3 (haikais/1964)
oh, "paus d'arco em flor"
bashô! 1o. de abril
pau-brasil em dor
faunos verde-oliva
desfilam na linha dura
os phalos falidos
marcha da família
com deus pela liberdade
masturbam-se hienas
desemprego em minas
porta-aviões bebe bilhões
oh, minas gerais!
filhas de maria
cardeal contra o monoquíni
filhas de biquíni
família unida
reza & rouba sempre unida
oh, tempos de paz!
reformas de base
a grama já amarelece
bashô, nada muda
castelo de cartas
castelo mal-assombrado
brasil branco, branco
José Lino Grunewald
6 de outubro de 2010
4 de outubro de 2010
A Marcha das Utopias
não era esta a indepêndencia que eu sonhava
não era esta a república que eu sonhava
não era este o socialismo que eu sonhava
não era este o apocalipse que eu sonhava
José Paulo Paes
não era esta a república que eu sonhava
não era este o socialismo que eu sonhava
não era este o apocalipse que eu sonhava
José Paulo Paes
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