9 de fevereiro de 2011

A chuva



A chuva eu ouço imóvel
cai ela como uma memória
de uma realidade intangível
na telha da minha história

Pela janela dos meus olhos
do abrigo da minha mente
espreito as gotas que caem
e minha amante logo a frente

Minha mente está confusa
meu pensamento distante
às vezes estão na sua cama
lhe beijam a todo instante

Que fazer agora, se não duvidar
da imagem e som a me envolver?
desprovido de toda crença
minha única verdade é você

Volto ao trabalho, imutável,
gosto insoso, fardo imenso
onde sonho é inalcançável
e a areia escorre no tempo

Vem a chuva, vem o fastio
realidade dura de não amar
na gota o reflexo de um homem
com rota imprecisa e morte a esperar


Gustavo Menezes


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