4 de julho de 2011

O mais além é logo ali

Dia nasce no leste, morre no oeste, e eu onde nasço e morro? Em algum morro carioca? Em algum bairro sem norte? Em que laço travo? E o sistema tem travas, ou apenas vaga no insone leste sempre oeste deste sono sem sonho? Que sonho se todas as utopias foram consumidas e vendidas a exaustão? O mercado é enfim a utopia fim? Só se for o fim de tudo, pois se utopia é o mais além, o nunca estar, então o tudo compra o tudo vende (sempre) do mercado entrega em casa a última utopia, não como final mas como catástrofe, o delivery do nunca, o não lugar que nunca está, de tanto pranto, de tanto compro, de tanto vendo, o cinza sempre, da venda troca, esgotou a idéia do mais além. Cansou o sonho da liberdade? Eis que neste ato só nos resta o vazio vago de vagar a esmo de nos mesmos. Que palavra vaga na liberdade plena do não há? Há quem seja sorte, há quem seja morte, há quem enseja o ser ou venere a morte venérea das curvas, a morte dura do tempo, do templo, da carne e do verbo, é o fim, a ruína do tudo, de modo que só resta o resto, o não ser, o silêncio dos sonhos, da alma, da fé, da fala que cala, cala tudo que não diz, cessa tudo que não parte, norte tudo que não sul, o sul é seu, sou eu, soul meu, tudo é falta, tudo é descrença de cada um, um de nós é o enfim fim de todos, todos somos cada ou cada um é todos? Só sendo assim seremos

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