Sem rumo no nada do dia
Sem rota no nada da noite
Sem nada no nada do pouco
Nadando no nada das horas
No mundo sem luto
No mundo sem rito
No mundo sem fuso
Seguir sem rumo é ter rumo
Seguir sem prumo é ter prumo
Queria ser alguém que é ninguém
Melhor seria ter grito
Que este silêncio cinzento
Melhor seria ter vulto
Que esse sorriso sem jeito
Vai pelas ruas bebendo
Cantando, gritando e pulando
Vai pelas ruas perdendo
o tudo que pensa que tem
Pois nada é tudo que temos
E ter não é tudo a fazer
Vai caindo dentro de tudo
Morrendo dentro do copo
Calando dentro da noite
Com seu silêncio inquieto
Falando do mundo que bate
Na cara de quem é sofrido
Mas que apesar deste golpe
Galopa no passos dos becos
Vagando no mundo desmundo
O mundo trancado no quarto
Só serve pra não dizer
Vai vagando nas ruas sem volta
Que não precisa voltar
Pois se é pra dizer nada
De nada adianta voltar
Segue seu passo no mundo
Que este de cá já não vai
Vai pelos lados de lá
E trás não voltar para cá
Raimundo Beato
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