28 de julho de 2014

punhal na rocha

cravei meu nome com punhal na rocha

(não havia sintaxe nas pedras
letra nas coisas
verbo nos ventos
mas uma vontade de poema 
nas lâminas do meu ser)

a noite escuta o ranger das horas
o arrastar das eras
o pingar das chuvas
o andar dos passos

os dentes cravam seu marfim descrente
nas auroras quentes

o enfim ausente explicar dos nomes
queda mudo

diante do TUDO

o espanto do mundo

Salvador Passos


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