28 de outubro de 2014

preso no trânsito

preso no trânsito
retorno
aos meus pensamentos

estacionamento

recordo o trono dos mortos
canto sereno
não o das sirenes

atropelamento
 dos sentidos
pela ideia fixa de não ser coisa nem tempo
ser sereno
no deslocamento

a vida:
caminho só de ida
coisa que não se acomoda no peito
nó de não ser o que se foi um dia
deixar-se ir

preso no engarrafamento

cor que corta os ossos
flor que forja odores moribundos
aço que corta o nó das horas
atropela ausências
apodrecimento
enrijecimento
cor que corta
nó que enrosca

ser a sede que não cede

Salvador Passos

Nenhum comentário:

Postar um comentário