há janelas que acenam com imagens cruas
entre vértebras oxidadas
tvs abandonadas
vozes mudas
movendo suas bocas
num imenso corpo de concreto
reverbera
a cidade
que se perde aos poucos
um navio que aderna no horizonte
a memória que escorre nas palavras
perco a tarde entre os prédios
aço de janelas cegas
sol que solda as horas mortas
arde a tarde entre os carros
arde a vida nas entranhas das palavras
entre as letras
desaba o silêncio
o mar de nomes no intervalo da cidade
ossos escavados na areia
nas calçadas
nas paredes da cidade sonolenta
o eterno espanto das palavras
Salvador Passos
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