A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

5 de dezembro de 2011

Il ministro si commuove - Ministra da Itália chora ao dar noticia de corte no orçamento social




Il ministro del Welfare Elsa Fornero si commuove durante la conferenza stampa di presentazione della manovra. Il ministro non termina la frase che si riferiva ai sacrifici chiesti sul versante della deindicizzazione delle pensione. Sulla parola "sacrifici" si blocca e si scioglie in lacrime. A togliere il minisro Fornero dall'imbarazzo e' lo stesso premier Mario Monti, che prende la parola per continuare l'illustrazione delle misure previdenziali. Lo fa con grande disinvoltura e padronanza della materia ma poi si rivolge alla Fornero e aggiunge: "commuoviti ma correggimi".

Ministra do Trabalho italiana, Elsa Fornero, não consegue conter o choro ao explicar a parte do arrocho de 30 bilhões de euros anunciado neste domingo pelo primeiro ministro Mário Monti, que penalizará fortemente o sistema previdenciário do país. Idade mínima de aposentadoria foi elevada para 62 anos no caso das mulheres e 66 anos para os homens. Até 2018, a idade única será de 66 anos. A antecipação de pedidos de aposentadoria até lá exigirá um mínimo de 41 anos de contribuição para mulheres e de 42, no caso dos homens. Pensões acima de 936 euros foram congeladas; aquelas abaixo desse valor serão corrigidas apenas parcialmente. Trata-se de um arrocho de sangue sobre as gerações mais velhas, que congela e corrói o amparo social justamente quando mais se necessita dele na curva final da vida, uma ruptura de valores e laços compartilhados que desmantela as bases do Estado do Bem-Estar Social pelo qual muitos dos que agora estão sendo descartados lutaram. Na cena asséptica e pastosa da solenidade montada para vestir de fatalidade contábil aquilo que é uma expropriação de renda em benefício dos rentistas, Elsa Fornero destoou. Em lágrimas, não conseguiu concluir o raciocínio justificatório para a palavra 'sacrifício'. Precisou interromper a explicação sobre os detalhes do pacote sendo substituída então por Monti, o tecnocrata elegante, na verdade um bloco granítico e calculista a serviço dos mercados, explicitamente reconhecido como um interventor deles no Estado italiano. Veja a cena, expressiva da tensão gerada pelo desmonte do Estado do Bem-Estar Social numa União Européia em que a sobrevivência, ou a derrocada final, da moeda única será decidida esta semana, na reunião de cúpula de Bruxelas, nesta 6ª feira.

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