Noel Rosa brincava que era internacional sem sair de seu
quarto. Elvis Costello disse que o rock´n´roll não morrerá
porque sempre vai ter um garoto trancado em seu quarto
fazendo algo que ninguém nunca viu. Já Laura Ridding
falava da pretensão de “escrever sobre um assunto/
que tocasse todos os assuntos/ Com a pressão compacta do
quarto/ Lotando o mundo entre meus cotovelos”.
De certo modo, acho que estamos fadados a isso mesmo:
recriar em nossos textos o mundo dos nossos quartos.
Esta equalização sutil — pessoal, intransferível — entre
organização e bagunça. François Truffaut, por exemplo.
Ele se considerava pertencente a uma família de cineastas
que praticava uma espécie de “cinema do quarto dos
fundos, que recusa a vida como ela é” — como “nas
brincadeiras de crianças, quando refazíamos o mundo com
nossos brinquedos”. Como diria Ferreira Gullar no Poema
sujo, “o que me ensinavam essas aulas de solidão?”.
Marcelo Montenegro
porque sempre vai ter um garoto trancado em seu quarto
fazendo algo que ninguém nunca viu. Já Laura Ridding
falava da pretensão de “escrever sobre um assunto/
que tocasse todos os assuntos/ Com a pressão compacta do
quarto/ Lotando o mundo entre meus cotovelos”.
De certo modo, acho que estamos fadados a isso mesmo:
recriar em nossos textos o mundo dos nossos quartos.
Esta equalização sutil — pessoal, intransferível — entre
organização e bagunça. François Truffaut, por exemplo.
Ele se considerava pertencente a uma família de cineastas
que praticava uma espécie de “cinema do quarto dos
fundos, que recusa a vida como ela é” — como “nas
brincadeiras de crianças, quando refazíamos o mundo com
nossos brinquedos”. Como diria Ferreira Gullar no Poema
sujo, “o que me ensinavam essas aulas de solidão?”.
Marcelo Montenegro
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