A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

30 de dezembro de 2015

O caso da ocupação da Escola da Fontinha, em Portugal




Interessante notar o paralelo entre as ocupações em São Paulo e movimento Es.Col.A. (Espaço Coletivo Autogestionado) da Fontinha em Portugal (Porto).

Segue link para documentário feito pelos membros do coletivo que ocupou a Escola da Fontinha, o coletivo recebeu apoio da comunidade local, mas em nome de um projeto de corte de gastos públicos acabou sendo despejado.

Cabe destacar que o movimento Es.Col.A. da Fontinha começa mais ou menos no mesmo período em que ocorrem as manifestações da Primavera Árabe e os movimentos de Ocupa na Espanha e Occupy Wall Street em NY.

Vale lembrar que na Espanha o Ocupa contribuiu para o fim do chamado bipartidarismo Espanhol dando o ponta pé inicial para o PODEMOS.

Com base neste paralelo podemos imaginar que o movimento horizontal dos estudantes de São Paulo pode ser um sinal de que algo novo pode surgir das cinzas da atual crise política de nossos partidos.
Segue alguns links sobre o movimento Es.Col.A. da Fontinha

http://redanarcoutopistalibre.blogspot.com.br/2012/05/carta-aberta-as-as...
http://redanarcoutopistalibre.blogspot.com.br/search/label/Es.Col.A
http://escoladafontinha.blogspot.pt/

O Blog do coletivo pode ser um interessante material para entender a lógica e os desafios destes movimentos horizontais que ganham força no bojo da crise da democracia representativa (capturada pelas corporações) e pela crise do sistema de financiamento de campanhas políticas mundo afora (e não apenas no Brasil). O movimento deixa evidente o desejo pela democracia direta que se manifesta no seio de movimentos horizontais e se materializa na lógica da autogestão.

Por Salvador Passos

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