na faixada dos prédios.
Das raízes da
árvore que destrói
a calçada.
Das pichações
atrás do banco do ônibus.
Gosto do adesivo
de prioridade que
descola da parede
opaca do metrô.
Da boca do lixo
e do bueiro entupido.
Do chiclete preso
ao mundo subversivo
embaixo da mesa de centro.
Gosto do centro oculto da Terra.
Gosto do centro oculto do outro.
Gosto do centro oculto do Centro
nos finais de semana.
Dos seus olhos
das suas
rugas
dos seus
pelos
cabelos desgrenhados
dos seus
gritos
espirros
conversas aleatórias.
Até mesmo do cochicho daqueles
que hão de me empurrar
os ombros para trás
como uma onda de carne e ar
que me impede o futuro.
Escrevo sobre a cidade
porque não conheço o paraíso.
A parte mais calma do furacão
é o lado de dentro.
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