4 de janeiro de 2018

aquela noite

trago algo de silêncio nos meus braços
algo de esquecido nos cabelos brancos
algo de perdido nos abraços
nas palavras mudas
ventos de mistério

o som de uma saudade pausa a tarde
ardem horas na janela
cai a vírgula
     ,
        ,
            ,

nos escombros desta chaga
habita uma casa em branco
com a sombra de teus passos
a distância é medida em infâncias
sofro de uma ânsia de espelhos vivos
o silêncio dos armários me posterga
     
entre os corpos surge o tempo
o espaço amplo dos tropeços
a arquitetura dos silêncios
as cortinas olham os espelhos
congelam o tempo no interior da casa
aqui é sempre aquela noite
Salvador Passos

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