não meço ao certo o meu destino
ao gesto desregrado imprimo
talvez um certo desatino
no vácuo do olhar perdido
recolho as asas do voar
mirando ao longe outras praias
as formas fogem como sombras
as coisas fogem já sem nomes
as coisas fogem já sem nomes
a fala abraça um outro norte
a morte de algum sonho que naufraga
o arco de algum gesto incompleto
o marco de algum mastro submerso
meço o sopro pelas esporas do sufoco
meço o verso pelo som que já não levo
levo o que já não é tão leve
levo o gesto do incesto
a noite
o dia
a morte
a vida
o resto indigesto
daquilo que não gesta
Salvador Passos
Salvador Passos
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