amarrei palavras entre as horas
encostei na curva do poema
entre as tardes cegas agarrei imagens
as tvs abandonas se transformam em aquários mudos
esbarrei nos ventos
ecos soltos de embaralhar cabelos, saias
solavancos
tropeço nas palavras
de noite,
mariposas se revoltam ao redor das chamas
& morrem dentro dos armários
nas gavetas
feito sílabas solares
metafísica de vidro
rodam pela madrugada
tingindo o poema
com a insônia de ícaro
na eterna noite das palavras
Salvador Passos
31 de outubro de 2018
dança tectônica
trago na voz a munição lírica dos escombros
queria arquivar a aura ausente das cidades
seu sangue aguado
não posso reviver o culto que sangrou um dia nas palavras
há um aparato cinematográfico que multiplica sombras
espelhos transplantados
corpos exilados
rostos replicados
as palavras foram domesticadas
& seus nomes esquecidos
há um rio que escorre sob nossos pés
sua turbulência foi drenada
(leito transformado em pedra)
a cidade dança sua dança tectônica
adormecem fósseis
no sonho das lembranças soterradas
o fogo foi petrificado no olhar noturno da medusa
flores esquecidas
aprendem a dança do carbono
Salvador Passos
queria arquivar a aura ausente das cidades
seu sangue aguado
não posso reviver o culto que sangrou um dia nas palavras
há um aparato cinematográfico que multiplica sombras
espelhos transplantados
corpos exilados
rostos replicados
as palavras foram domesticadas
& seus nomes esquecidos
há um rio que escorre sob nossos pés
sua turbulência foi drenada
(leito transformado em pedra)
a cidade dança sua dança tectônica
adormecem fósseis
no sonho das lembranças soterradas
o fogo foi petrificado no olhar noturno da medusa
flores esquecidas
aprendem a dança do carbono
Salvador Passos