31 de outubro de 2018

eterna noite das palavras

amarrei palavras entre as horas
encostei na curva do poema

entre as tardes cegas agarrei imagens
as tvs abandonas se transformam em aquários mudos
esbarrei nos ventos
ecos soltos de embaralhar cabelos, saias
solavancos

tropeço nas palavras

de noite,
mariposas se revoltam ao redor das chamas
& morrem dentro dos armários
nas gavetas
feito sílabas solares
metafísica de vidro
rodam pela madrugada
tingindo o poema
com a insônia de ícaro
na eterna noite das palavras

Salvador Passos

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