trago na voz a munição lírica dos escombros 
queria arquivar a aura ausente das cidades
seu sangue aguado
não posso reviver o culto que sangrou um dia nas palavras
há um aparato cinematográfico que multiplica sombras
espelhos transplantados 
corpos exilados 
rostos replicados 
as palavras foram domesticadas
& seus nomes esquecidos
há um rio que escorre sob nossos pés 
sua turbulência foi drenada
(leito transformado em pedra)
a cidade dança sua dança tectônica
adormecem fósseis
no sonho das lembranças soterradas 
o fogo foi petrificado no olhar noturno da medusa
flores esquecidas
aprendem a dança do carbono
Salvador Passos 
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