A chuva eu ouço imóvel
cai ela como uma memória
de uma realidade intangível
na telha da minha história
Pela janela dos meus olhos
do abrigo da minha mente
espreito as gotas que caem
e minha amante logo a frente
Minha mente está confusa
meu pensamento distante
às vezes estão na sua cama
lhe beijam a todo instante
Que fazer agora, se não duvidar
da imagem e som a me envolver?
desprovido de toda crença
minha única verdade é você
Volto ao trabalho, imutável,
gosto insoso, fardo imenso
onde sonho é inalcançável
e a areia escorre no tempo
Vem a chuva, vem o fastio
realidade dura de não amar
na gota o reflexo de um homem
com rota imprecisa e morte a esperar
Gustavo Menezes
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