O amor fica chato e fiscalizador, burocratico e reumatizador
O amor enferruja
O amor oprime
O amor constrange
O amor reprime
O amor é um saco
O amor é um mito
O bardos que exaltam o amor
Faturam empregadas, cunhadas e tias da amada.
Amor é mito híbrido e samba do coração doido: é a tara de um sátiro, fantasiada por uma ninfa reciclada em noiva utopista, sustentado por maridos cármicos em aquiescencias tácitas e exaltado por poetas que a tudo exaltam.
O amor causa labaredas provisórias e lares abafados. O amor causa equívocos variados.
O amor é massiva propaganda melosa e fascista, e mocinhas hitlerizando dechavadas a mensagem, sorrateiras e decotadas. Danadas... propagandistas danadas... publicitárias de exageros emotivos, seres sôfregos de compromissos...
O amor é babaca, elitista, afasta muito indio da tribo, favorecendo a globalização
Quantos amores não resultaram em apáticas tribos de dois? Paralelos solitários? O casamento é um hifén com superbonder.
O amor é um evangelismo poético, o amor é uma fantasia; diante da vida, uma heresia.
O amor é uma mentira. Gigante e dominante. Mas mentira. O amor é matrix. Estamos todos numa bolha de ilusões gosmentas.
O amor é precipício vendido como grande destino turístico.
O amor é uma convenção, o amor é uma entrega do oscar, o amor é um oscar, o amor é uma novela, o amor é um big brother, o amor é um big bi, o amor se multiplica pra fingir que existe! O amor é uma novela da record.
O amor é xoxotocêntrico monoxoxoteiro monopiroqueiro paumonoentrante e antiquado
O amor é ui ui ui ai ai ai e geme geme urra relaxa
O amor é um figurino de época sobre um ator artaudiano
O amor é um vício;
O amor segue um plano
Afastar o ser em prol do rito, afastar o saber do mito, prosperar a ilusão.
O amor é a estratégia simbólica dos aflitos.
O amor é um golpe do romantismo
O amor é reacionário e beato
O amor é um sistema carcerário
O amor faz penitenciários
....
Aperta um amor, vai... que eu sou usuário....
Marcus Galiñas
A Caverna
Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes
Jean Louis Battre, 2010
Jean Louis Battre, 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário