La poesía se escribe en macs velocísimas y blancas como la nieve
baja como borradores perfectos.
Mis poemas deberian estar producidos por la conjuncion de asuntos
de miles de mails encantadores enviados por gente que me aprecia realmente.
Hubo un momento en que internet habia llegado para salvarme,
en el sentido social, estético y cultural.
Antes conocía mucha gente por internet, a todo mis amigos,
a todas mis novias, pero eso ya pasó.
Las voces se multiplicaron y mi voz se acalló para siempre.
Hay problemas de sociabilidad tan difíciles
que ninguna computadora podría llegar a resolver,
así como algunos problemas de matemática.
Quizás dentro de miles de años.
Las tardes de sábado son las más tristes en la ciudad
Cerraron todos mis bares favoritos
y en las librerías ya no quieren recibirme.
Quién lo diría: los 2000 de a poco van figurando entre mis décadas más nostálgicas.
Vuelvo a escribir poesía sentado en los halls de los cines de trasnoche.
Recuerdo con emoción el estreno de Spiderman 1,
los cines estaban realmente convulsionados esa noche,
había mucha inspiración en el aire.
Después me voy caminando lentamente a Plaza Moreno.
con el viento en contra, mientras me acerco a la catedral voy mirando las torres.
Me siento en un banco y fumo un poco.
Es una escena casi mítica, como salida del romanticismo alemán.
Siento que cuando mis poemas y canciones estén todos escritos
y sean realmente verdaderos y cumplan su función mágica,
entonces nadie podrá tocarme,
quiero decir que nadie podrá "hackearme"
puesto que por fin mi "yo" será "otro".
Antolín
A Caverna
Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes
Jean Louis Battre, 2010
Jean Louis Battre, 2010
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