&
cozinham crianças nas nuvens dos sacrifícios
vocês
que destroçaram caminhos
&
continuam a fabricar extermínios
nas
tempestades de armas nas arquiteturas de amônia
nos
verbos dos genocídios
vocês que chacinaram noites & dias
com
terremotos de mil vírus explosivos
&
se persignam ao moerem ossos vivos
vocês
que rapinam o ouro nos úteros do orvalho
vocês
que trancados nos salões sombrios
dispõem
das tripas da vida & dos demônios da morte
impermeáveis
aos gritos por todos os tímpanos moídos
vocês
que trucidaram os ventos serão cobertos pela praga
dos
bichos torrados nas florestas de cálcio
convulsões
de oceanos purulentos
&
rios empedrados nas fontes que urinam
vaginas
sem suco & sêmens se esvaecendo
púrpuros
berros de suicidas ardendo
abismos
& mandíbulas trituradas nas invernias
vocês
que serão os últimos consumidos
nas
malhas em febre das cidades que agonizam
vocês
que assistirão em transe o desfile das terríveis profecias
por
sobre um carnaval de navalhas & máscaras vazias
vocês
que uivarão vomitando
catedrais de miasmas das radioativas neblinas
vocês apodrecidos sem lamento
vocês rasgaram as primaveras
vocês assassinaram os ventos
catedrais de miasmas das radioativas neblinas
vocês apodrecidos sem lamento
vocês rasgaram as primaveras
vocês assassinaram os ventos
Afonso Henriques Neto
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