A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

20 de agosto de 2013

'Black blocs' se perdem ao procurar ponto de ônibus durante ato em SP


gonzo jornalismo mainstream...

retirado da Folha:

16/08/2013 - 03h00
'Black blocs' se perdem ao procurar ponto de ônibus durante ato em SP

DE SÃO PAULO

Presença constante manifestações para melhorar o transporte público, um grupo de 30 "black blocs" se perdeu brevemente ontem à noite ao procurar a linha de ônibus que os levaria do centro de São Paulo até a Assembleia Legislativa, na zona sul.

Acompanhados por um número superior de policiais militares, os anarquistas, a maioria mascarados, deixaram uma pequena manifestação de universitários contra a violência policial, na praça Roosevelt, e decidiram se unir aos acampados diante da Assembleia Legislativa.

Depois de fechar ruas no centro, protesto contra a PM chega à praça Roosevelt

Eles desceram em direção ao Anhangabaú e cruzaram a avenida 23 de Maio para chegar ao terminal Bandeira, mas voltaram quando alguém gritou que era para o outro lado.

No caminho, integrantes do grupo pichavam o símbolo do anarquismo e "poder popular" em paredes e ônibus.

Fabio Braga/Folhapress

Grupo de 'black blocs' entra em ônibus sem pagar para ir do centro à Assembleia Legislativa de São Paulo

CADÊ O ÔNIBUS?

No terminal, ninguém sabia qual linha de ônibus pegar. Após minutos de indecisão, uma militante achou o veículo: "Tem uma placa gigante dizendo Ibirapuera".

Os anarquistas então lotaram o ônibus, que já tinha alguns passageiros, entrando sem pagar. O motorista e o cobrador chegaram a deixar o veículo, mas, depois de alguns minutos, voltaram, trocando o letreiro de "Jardim Luso" para "Especial".

Tranquilos, os anarquistas passaram a viagem alternando insultos ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e à presidente Dilma Rousseff (PT) e brincadeiras: "Motorista/pode correr/o 'black bloc' não tem medo de morrer".

Ao descer, os anarquistas agradeceram o motorista. Sorrindo, ele respondeu com aceno e buzinadas.

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