falo por poemas, falo por antíteses, falo por provérbios, por alicates (arrancando pregos), falo pelo fogo das línguas que me queimaram por todos estes
anos
a poesia que me queima me queima quem eu sou & cospe minha alma nas
palavras.
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
Mas amo também o teu sexo, amo
também o meu sexo, o falo que me diz
faço poesias de coisas feias e
belas.
Nem só de pão vive o homem
Nem só de fé vive o homem
O
homem esta máquina de viver, o homem esta máquina de morrer, o homem
esta máquina de sofrer, o homem esta máquina de sonhar, o homem esta
máquina de matar, o homem máquina de maquinar, o homem esta máquina de errar
eu erro e vago pelo texto,
erro e vago pelo vão por onde entrei na tua vida, erro e parto, como
quem
chega, como quem volta, como quem morre...
Salvador Passos
A Caverna
Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes
Jean Louis Battre, 2010
Jean Louis Battre, 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário