O confronto no parque aconteceu depois do Batalhão de Choque dispersar os cerca de 300 manifestantes do entorno do estádio do Maracanã com bombas de efeito moral e balas de borracha.
Policiais do Batalhão de Choque (BPChq) jogaram bombas de gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha contra os manifestantes na subida do Viaduto de São Cristóvão, um dos acessos ao Maracanã. Os manifestantes correram pela Avenida Radial Oeste em direção ao Centro. Agentes da Força Nacional de Segurança também participam do esquema de segurança.
Torcedores que chegavam ao estádio ficaram assustados com o confronto e tentaram procurar abrigo. Muitos, inclusive crianças, ficaram em meio ao tumulto e sofreram com os efeitos das bombas de efeito moral: ardência nos olhos e na garganta. Agentes da Força Nacional de Segurança também participam do esquema de segurança.
Os integrantes do protesto seguiram, então, para a Rua Almirante Baltazar, em São Cristóvão, que chegou a ficar interditada na tarde deste domingo (16). O local é próximo à estação de São Cristóvão, um dos acessos para quem vai ao Maracanã.
Por volta das 16h10, houve novo confronto. Policiais do Batalhão de Choque atacaram os manifestantes, mesmo sem terem sido agredidos. Para liberar a via ao trânsito, novamente, eles jogaram bombas de gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha.
O estudante de Tecnologia da Informação, Cauê Maia, de 25 anos , foi atingido por uma bala de borracha e afirmou que irá prestar queixa. "Se a gente for violento, se iguala a eles. Eu vou na delegacia agora dizer que fui agredido pelo poder público. O que eu ia dizer se eu tivesse sido violento?", disse o jovem, acrescentando que não atacou os policiais.
Gás na Quinta da Boa Vista
Parte dos manifestantes correu para dentro da Quinta da Boa Vista, parque utilizado como área de lazer pelos cariocas, principalmente aos fins de semana. A polícia jogou bombas de efeito moral dentro da Quinta, assustando quem estava no parque. Famílias que faziam piqueniques saíram correndo em busca de abrigo.
Um grupo de 50 pessoas (entre homens, mulheres e crianças) celebrava uma festa de aniversário no parque, quando foi surpreendido pela manifestação que continuou na área de lazer. O auxiliar administrativo Sérgio Machado, de 40 anos, estava na festinha com o filho de 8 anos e a mulher.
Segundo ele, as crianças entraram em pânico quando manifestantes correram para dentro da Quinta da Boa Vista e a polícia reprimiu com gás de pimenta e bombas de efeito moral. "Isso é um absurdo. As crianças ficaram desesperadas. Estávamos comemorando um aniversário e acontece isso", lamentou Sérgio.
Pedro Mesquita estava na Quinta da Boa Vista quando os mabifestantes entraram correndo. "Os policiais não entraram, mas jogaram bomba e o gás entrou aqui", disse.
Segundo um policial do Batalhão de Choque, uma idosa que tem uma barraca na porta da Quinta da Boa Vista passou mal por causa do gás lacrimogêneo e precisou ser atendida.
Depois do incidente, muitas pessoas que estavam no parque ficaram com medo de ir embora. Ainda com resquícios da fumaça, crianças e mulheres reclamaram de ardência nos olhos.
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