A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

17 de fevereiro de 2012

Comuna que pariu: carnaval e revolução

Bem, é UJC... mas a letra é boa.

Foi retirado de:



"Sou trabalhador, eu vou ficar, o governador que procure outro canto e vá se mudar"

Letra e Música: Marcos Botelho e Heitor Cesar Oliveira

Não quero remoção, nem mega construção...

O que eu quero é emprego, saúde e Educação...

Terá copa do mundo

De empreiteiro e empresário.

Até a olimpíada servirá para o esculacho

Sou Comunarde... Também quero mudar.

Mas não é maquiagem...

O que Precisa é
r.e.v.o.l.u.c.i.o.n.a.r...

Se é para urbanizar...Modernizar... e

Higienizar... essa cidade,

Quem tem que sair, meu senhor...

Não é o trabalhador,

Mas o prefeito e o governador.

Sou brasileiro, sou carioca.

Luto o ano inteiro... No carnaval vou cantar

Que se mude o prefeito... Eu vou ficar

Sou Comunarde... Também quero mudar.

Mas não é maquiagem...

O que Precisa é
r.e.v.o.l.u.c.i.o.n.a.r...

Participação no carnaval carioca 2012
Segunda 20/02/2012 Comuna que Pariu 14h
Em frente a ocupação Manoel Congo,
Rua Alcindo Guanabara,
Cinelândia

Manifesto de fundação do "Comuna que Pariu!"
Nosso bloco pretende ser não o maior bloco do carnaval carioca, nem se tornar uma escola de samba, nosso bloco não pretende competir com os grandes blocos do carnaval do Rio, mas pretende mostrar que ainda é possível, e além, que é necessário fazer um apelo a juventude carioca e a demais seguimentos que brincam no carnaval. Muitos falam do carnaval como a festa democrática, onde o “pobre” vira rei e o “rei” virá pobre, onde todos brincam na rua independente time de futebol, etnia, nacionalidade ou outros falsos antagonismo, dizem até mesmo que não importa nem as classes sociais, todos são iguais. Outros mais realistas dizem do carnaval como a doce ilusão, como algo que se desmancha ao longo de quatro dias trazendo de volta a realidade, mostrando que todo carnaval tem seu fim.

Nós discordamos da visão de festa democrática, discordamos da falácia da volta do carnaval de rua como uma democratização da festa. Discordamos e resolvemos agir. Onde esta democracia em blocos cercados por corda onde somente entram quem possui a abada do bloco, festas particulares no meio da publicas ruas, excluindo para fora do espaço demarcado àqueles que não compraram a cara camisa.

Nosso bloco tem camisa também, e também a vendemos, mas não para excluir, quem não tem camisa é bem vindo. Nossa camisa é para contribuir com a organização, e pelo orgulho de ser comunista, de brincar sem esquecer a nossa causa, a nossa identidade, a nossa luta. Sem esquecer que não temos um patrocinador - e que não o queremos - que nosso patrocínio é o nosso militante, nosso amigo, nosso colaborador.

A UJC apresente assim seu bloco, na tradição de quem sempre utilizou a cultura na luta de classes, nas tradições de artistas comprometidos com a causa do socialismo, nas tradições de Mario Lago, Candido Portinari, Gianfrancesco Guarnieri, Dias Gomes, Vianinha, do CPC da UNE, da luta pela democratização da cultura, nessas tradições a UJC traz o “Comuna que Pariu!” mais uma arma da crítica.

Heitor Cesar
(Historiador, poeta, comunista e membro do Bloco "Comuna que Pariu!")

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