A Caverna
Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes
Jean Louis Battre, 2010
Jean Louis Battre, 2010
27 de maio de 2012
Intervenção Urbana / Cidadania / Coletividade
Ciclistas de Curitiba decidiram dar uma "forcinha" para a Prefeitura e fazer ciclofaixa que custava a ser implementada. A intervenção urbana promovida pelos integrantes da Bicicletada de Curitiba teve como objetivo chamar a atenção do poder público. Segundo os cicloativistas que participaram da ação, o ato fez apenas o que a própria Prefeitura devia ter feito por iniciativa própria para fazer cumprir o Código de Trânsito Brasileiro. Foram processados por vandalismo, mas ganharam a ação!
Em Jundiaí/SP os jovens da Bicicletada de lá fizeram a mesma coisa na principal avenida e gravaram:
24 de maio de 2012
Protestos estudantis no Canadá
Today, students and their allies in Quebec mark the 100th day of protest since the beginning of a student strike to defend accessible public education and oppose tuition increases. The strike has spread and become a general revolt against austerity and corrupt, illegitimate politicians. Throughout the massive demonstrations, which have reached sizes of around 300,000 people, riot police have brutally attacked marchers using clubs, grenades, rubber bullets, and chemical weapons. Two protesters have lost eyes and one has nearly died. Police have also illegally arrested entire busloads of protesters on their way to or from demos.
Last week, the government of Quebec passed an emergency law (Loi 78) criminalizing the massive demonstrations and assemblies in an effort to stamp out the strike. The new law restricts demonstrations and orders the closing of some universities. Among other things, organizers must inform police of the route of any demonstration that includes 50 or more people 8 hours before the demonstration. Unions and student federations are threatened with fines of up to $125,000 if someone is prevented from entering an educational institution.
Just after the law passed, thousands took to the streets in Montreal. Student and union leaders, activists, the Quebec Bar, and opposition politicians see the law as a direct attack on the right to demonstrate. Quebec Premier Jean Charest and Montreal Mayor Gerald Tremblay´s attempts to legislate the end of the student movement and attack on the democratic freedom to assemble must be resisted. The policies of austerity and repression are global; so is our indignation.
Hoje, os alunos e seus aliados no Quebec se manifestaram para marcar o 100 º dia de protesto desde o início de uma greve de estudantes para defender a educação pública acessível e opor-se a aumentos de taxa de matrícula. A greve se espalhou e se tornou uma revolta geral contra medidas de austeridade fiscal e contra corruptos, políticos ilegítimos. Durante as manifestações massivas, que atingiram tamanhos de cerca de 300.000 pessoas, a polícia já atacou brutalmente manifestantes usando cacetestes, granadas, balas de borracha e gás lacrimogenio. Dois manifestantes perderam seus olhos e um deles quase morreu. A polícia também prendeu ilegalmente ônibus cheios de manifestantes que estavam buscando se encontrar com os demais manifestantes ou voltando de protestos.
Na semana passada, o governo de Quebec aprovou uma lei de emergência (Loi 78) que criminaliza as manifestações massivas em um esforço para acabar com a greve. A nova lei restringe manifestações e ordenou o fechamento de algumas universidades. Entre outras coisas, os organizadores devem informar a polícia da rota de qualquer demonstração de que inclua 50 ou mais pessoas 8 horas antes da manifestação. Sindicatos e federações de estudantes são ameaçados com multas de até $ 125.000 se alguém é impedido de entrar numa instituição educacional.
Logo após a lei aprovada, milhares tomaram as ruas de Montreal. Estudantes e líderes sindicais, ativistas, o Bar do Quebec, e os políticos da oposição vêem a lei como um ataque direto sobre o direito de manifestação. Quebec Premier Jean Charest e tentativas prefeito de Montreal Gerald Tremblay para legislar o fim do movimento estudantil e ataque à liberdade democrática de montar deve ser combatida. As políticas de austeridade e repressão são globais, assim é a nossa indignação.
Assim é que elas foram feitas
Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) -
sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra
dependimentos demais
e tarefas muitas -
os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
que as moscas iriam iluminar
o silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
que as moscas não davam conta de iluminar o
silêncio das coisas anônimas -
passaram essa tarefa para os poetas.
Prefácio – Manoel de Barros
sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra
dependimentos demais
e tarefas muitas -
os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
que as moscas iriam iluminar
o silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
que as moscas não davam conta de iluminar o
silêncio das coisas anônimas -
passaram essa tarefa para os poetas.
Prefácio – Manoel de Barros
23 de maio de 2012
Mexico City Blues
Charley
Parker, who recently died
Laughing
at a juggler on the TV
after
weeks of strain and sickness,
was
called the Perfect Musician.
And
his expression on his face
Was
as calm, beautiful, and profound
As
the image of the Buddha
Represented
in the East, the lidded eyes,
The
expression that says "All is well"
This
was what Charley Parker
Said
when he played, All is well.
You
had the feeling of early-in-the-morning
Like
a hermit’s joy, or like
the
perfect cry
Of
some wild gang at a jam session
"Wail,
Wop" Charley burst
His
lungs to reach the speed
Of
what the speedsters wanted
Was
his Eternal Slowdown.
A
great musician and a great
creator
of forms
That
ultimately find expression
In
mores and what have you.
Musically
as important as Beethoven,
Yet
not regarded as such at all,
A
genteel conductor of string
orchestras
In
front of which he stood,
Proud
and calm, like a leader
of
music
In
the Great Historic World Night,
And
wailed his little saxophone,
The
alto, with piercing clear
lament
In
perfect tune & shining harmony,
Toot
as listeners reacted
Without
showing it, and began talking
And
everybody talking and Charley
Parker
Whistling
them on to the brink of eternity
With
his Irish St Patrick
patootle
stick,
And
like the holy piss we blop
And
we plop in the waters of
slaughter
And
white meat, and die
One
after one, in time.
And
how sweet a story it is
When
you hear Charley Parker
tell
it,
Either
on records or at sessions,
Or
at official bits in clubs,
Shots
in the arm for the wallet,
Gleefully
he Whistled the
perfect
horn
Anyhow,
made no difference.
Charley
Parker, forgive me
Forgive
me for not answering your eyes
For
not having made an indication
Of
that which you can devise
Charley
Parker, pray for me
Pray
for me and everybody
In
the Nirvanas of your brain
Where
you hide, indulgent and huge,
No
longer Charley Parker
But
the secret unsayable name
That
carries with it merit
Not
to be measured from here
To
up, down, east, or west—
--Charley
Parker, lay the bane.
off
me, and every body." (241).
Mexico City Blues – 242nd Chorus
Jack Kerouac
21 de maio de 2012
20 de maio de 2012
18 de maio de 2012
Blockupy-Newsletter 16.5. Update: Blockupy-Aktive wollen das Recht auf Versammlungsfreiheit durchsetzen!
Blockupy-Newsletter 16.5. Update: Blockupy-Aktive wollen das Recht auf Versammlungsfreiheit durchsetzen!
Blockupy-Aktive wollen das Recht auf Versammlungsfreiheit durchsetzen!
Trotz Totalverbot werden Versammlungen stattfinden. Menschen werden zu der Versammlung für uneingeschränkte Versammlungsfreiheit auf dem Paulsplatz aufbrechen.
Donnerstag 12 Uhr Hauptbahnhof. Aktive wollen vom Hauptbahnhof aus in Richtung Paulsplatz starten. Sie werden Zelte mitnehmen.
Donnerstag 12 Uhr Paulsplatz Versammlung für uneingeschränkte Versammlungsfreiheit.
Weitere Informationen von der ersten Blockupy-Assembla:
Am Samstag findet um 12h ab Baseler Platz die internationale Demonstration statt, wie sie von uns angemeldet wurde. Die Route wurde gerichtlich bestätigt. Bis zum Samstag werden wir in der Stadt präsent sein, um mit vielen, vielen Tausend Menschen unseren Protest gegen das Spardiktat von Troika und Regierung und für internationale Solidarität und Demokratisierung aller Lebensbereiche auf die Straßen und Plätze zu tragen.
Die Stadt Frankfurt und die hessische Polizei organisieren bereits das Chaos: Zwei U- und S-Bahnstationen sind seit Mittwoch früh geschlossen, Straßen im Bankenviertel sind abgesperrt, viele Geschäfte und Bankfilialen haben schon am heutigen Mittwoch ihre Türen nicht mehr geöffnet. Das alles allein wegen unseres Aufrufs, Frankfurt für ein paar Tage dicht zu machen. Die Blockade läuft bereits. In den kommenden Tagen werden wir durch unsere Präsenz zeigen, wer dafür verantwortlich ist und warum.
Das Jugendbündnis ruft zum Rave auf: Heute, Mittwoch, 19 Uhr, Hauptwache.
Blockupy hat begonnen. Venceremos.
--------------------------English version-------------------------
Blockupy-Newsletter 16.5 Update: Taking back our right to freedom of assembly!
Take back our right to freedom of assembly!
Break through the strategy of repression!
Thursday, 12:00 at the Central Train Station (Hauptbahnhof). People will meet at the Central Train Station, and march towards the Paulsplatz.
Thursday 12:00 Paulsplatz. People will bring tents!
Further information from the first Blockupy Assembly:
As previously announced, the international Demonstration will take place at 12:00 on Saturday from Baseler Platz. The planned route has been legally confirmed. Until Saturday we will be active throughout the city, so that together with thousands of people we can carry onto the streets and squares our protest against the austerity measures of the Troika and the government, and call for international solidarity and the democratisation of all areas of life.
The city of Frankfurt and the regional police are already organising chaos: two subway and city train stations have been shut down since Wednesday, streets in the financial district have been sealed off, and many businesses and bank branches have already closed their doors. All this because of our call to occupy Frankfurt for a couple of days! The blockade is already in action. But over the coming days, we will show who is responsible for all this, and why.
The Frankfurter Jugendbündnis (Youth Alliance) is also announcing a party: Today (Wednesday), 19:00, at the Hauptwache.
Blockupy has begun. Venceremos.
Occupy Frankfurt
Police in Frankfurt cleared hundreds
of protesters who set up camp outside the European Central Bank
(ECB) in October as they prepare for as many as 30,000 anti-capitalist
activist.
Officers started carrying off demonstrators gathered under the Occupy Frankfurt banner at about 9 a.m. local time today after issuing several warnings.
The camp is being cleared before the ECB begins a conference on monetary policy, and the first of the four-day protest rallies gets under way this afternoon.
“We want to change the system, we want to criticize it, and we’re not allowed to do so,” said Erik Kuhn, an activist at the ECB camp. “We hope to achieve some publicity to show the people in Germany and around Europe that the state and the city of Frankfurt doesn’t have a clue how to react to the protests.”
The protests are taking place as disenchantment with Europe and Germany’s response to the sovereign debt crisis grows and Frankfurt, the euro’s birthplace, becomes a focal point of the discontent.
Peaceful Protest
“We want to be peaceful, what’s the point of us being cleared out of here just because there’s a security area?” said Marcel Goebel, a protester. “We won’t take what’s happening any longer with all the bailouts.Authorities erected fences in front of several banks in Frankfurt, where Germany’s largest lenders Deutsche Bank AG (DBK) and Commerzbank AG (CBK) are based. The demonstrators outside the ECB, who numbered several hundred, resorted to splashing police with a mixture paint and water in an otherwise peaceful response to the evacuation.
Police closed off a subway station underneath Deutsche Bank’s headquarters, one of the targets of the rallies. Commerzbank is shutting its two towers and closing branch offices to protect their staff and property, the bank said in an e-mailed statement yesterday.
Some shops on Frankfurt’s Goethestrasse, including luxury retailers Tiffany & Co. (TIF) and Jil Sander AG, boarded up windows with plywood today.
The administrative court of the state of Hesse banned the protests through May 18, Katrin Lehmann, a spokeswoman for the court in Kassel, said in a telephone interview. The decision overturned a ruling by a Frankfurt court that permitted a rally outside the ECB today and a rave tonight. The Kassel court said a demonstration on May 19 can go ahead.
Protesters can still ask the federal constitutional court in Karlsruhe to overturn the verdicts of the Frankfurt and Kassel courts.
Solutions Sought
Some demonstrators will probably proceed with protests regardless of whether they have permits, Gerhard Bereswill, vice president of the Frankfurt police, said at a press conference yesterday.The Blockupy Frankfurt movement is affiliated with the activist group Attac. The Association for the Taxation of Financial Transactions for the Aid of Citizens was founded in Paris in 1998 is now active in 40
countries, according to its website.
“We want solutions, real solutions,” said Kuhn, from the Bavarian town of Aschaffenburg who has camped in front of the ECB since October. “The movement is about the financial system, the crisis in it and everything that is connected to it. We have to talk about homeless people, we have to talk about jobs, taxes. We have our democratic right to do so.”
About 5,000 police officers will be deployed each day to protect the ECB, banks and demonstrators, Harald Schneider, who is leading the police operation, said at the press conference yesterday. Police are advising Frankfurters to leave their cars at home and avoid confrontation with protesters.
17 de maio de 2012
16 de maio de 2012
dobrando outra esquina
somente o passando passa sem passar
como um filme em preto e branco em plena madrugada insone
como sonhos desabrigados vagando sem noite pra dormir
tudo como se muito pouco fosse
e quase nada sendo
mas mesmo assim seguindo
eu dormindo dia e noite adentro
e lá fora essa chuva afora segue sendo
ela
pinga
pinga
pinga
e nem por isso mais molhado fico
como se cada lágrima sozinha fosse
mais um amor perdido nesta vida longa
que já vai dobrando outra esquina
Raimundo Beato
como um filme em preto e branco em plena madrugada insone
como sonhos desabrigados vagando sem noite pra dormir
tudo como se muito pouco fosse
e quase nada sendo
mas mesmo assim seguindo
eu dormindo dia e noite adentro
e lá fora essa chuva afora segue sendo
ela
pinga
pinga
pinga
e nem por isso mais molhado fico
como se cada lágrima sozinha fosse
mais um amor perdido nesta vida longa
que já vai dobrando outra esquina
Raimundo Beato
15 de maio de 2012
ZUCOTTI PARK PRESS / OCCUPIED MEDIA PAMPHLET SERIES
ZUCOTTI PARK PRESS | OCCUPIED MEDIA PAMPHLET SERIES
Inspired by the transformation of Zuccotti Park into a liberated space for organizing, advocacy, solidarity, dreaming, art, free speech and creative community, Zuccotti Park Press/Occupied Media Pamphlet Series is founded to extend that spirit through the printed word and to join in the advocacy of social change through public participation in debate, protest and genuine democracy.
Produced by Adelante Alliance, a Brooklyn-based non-profit that serves the Spanish-speaking immigrant community, the goal of the new press is to produce accessible, affordable, pamphlet-size works by well-known and emerging voices who are inspired by a vision for a new society.
We like to think of our pamphlets as seeds of the democratic imagination, brought into being by the spirit of Zuccotti Park and the dream of “one world in which many worlds fit,” a world based in human rights, dignity, equality and freedom for all.
To quote our forthcoming pamphlet with Angela Davis, “We transform the meaning of occupation. We turn occupation into something that is beautiful, something that brings community together, something that calls for love and happiness and hope.” Join us celebrate the printed word, the tradition of the pamphlet, and the countless small acts of millions of people who struggle to build a better world.
OCCUPIED MEDIA PAMPHLET
Inspired by the transformation of Zuccotti Park into a liberated space for organizing, advocacy, solidarity, dreaming, art, free speech and creative community, Zuccotti Park Press/Occupied Media Pamphlet Series is founded to extend that spirit through the printed word and to join in the advocacy of social change through public participation in debate, protest and genuine democracy.
Produced by Adelante Alliance, a Brooklyn-based non-profit that serves the Spanish-speaking immigrant community, the goal of the new press is to produce accessible, affordable, pamphlet-size works by well-known and emerging voices who are inspired by a vision for a new society.
We like to think of our pamphlets as seeds of the democratic imagination, brought into being by the spirit of Zuccotti Park and the dream of “one world in which many worlds fit,” a world based in human rights, dignity, equality and freedom for all.
To quote our forthcoming pamphlet with Angela Davis, “We transform the meaning of occupation. We turn occupation into something that is beautiful, something that brings community together, something that calls for love and happiness and hope.” Join us celebrate the printed word, the tradition of the pamphlet, and the countless small acts of millions of people who struggle to build a better world.
OCCUPIED MEDIA PAMPHLET
14 de maio de 2012
os nomes que nomeiam as palavras
os nomes que nomeiam as palavras
são lavras de sentidos sem sentido
seus nomes não nomeiam estas coisas
as coisas que permeiam estes nomes
são coisas sem os nomes em seus meios
os meios de dizermos todas coisas
os nomes que nomeiam os sentidos
não sentem os estes nomes em seus meios
os meios de dizermos estas coisas
não nomeiam os sentidos que sentimos
sinto muito isto tudo que não sinto
Salvador Passos
são lavras de sentidos sem sentido
seus nomes não nomeiam estas coisas
as coisas que permeiam estes nomes
são coisas sem os nomes em seus meios
os meios de dizermos todas coisas
os nomes que nomeiam os sentidos
não sentem os estes nomes em seus meios
os meios de dizermos estas coisas
não nomeiam os sentidos que sentimos
sinto muito isto tudo que não sinto
Salvador Passos
o nome das coisas nomeio
o nome das coisas permeia
as coisas que o nome nomeia
por meio de nomes nomeia
as coisas sem nome no meio
Salvador Passos
as coisas que o nome nomeia
por meio de nomes nomeia
as coisas sem nome no meio
Salvador Passos
12 de maio de 2012
A praça é do povo
O POVO AO PODER
Quando nas praças s'eleva
Do Povo a sublime voz...
Um raio ilumina a treva
O Cristo assombra o algoz...
Que o gigante da calçada
De pé sobre a barrica
Desgrenhado, enorme, nu
Em Roma é catão ou Mário,
É Jesus sobre o Cálvario,
É Garibaldi ou Kosshut.
A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor
É o antro onde a liberdade
Cria águias em seu calor!
Senhor!... pois quereis a praça?
Desgraçada a populaça
Só tem a rua seu...
Ninguém vos rouba os castelos
Tendes palácios tão belos...
Deixai a terra ao Anteu.
Na tortura, na fogueira...
Nas tocas da inquisição
Chiava o ferro na carne
Porém gritava a aflição.
Pois bem...nest'hora poluta
Nós bebemos a cicuta
Sufocados no estertor;
Deixai-nos soltar um grito
Que topando no infinito
Talvez desperte o Senhor.
A palavra! Vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizeis, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.
Mas qu'infâmia! Ai, velha Roma,
Ai cidade de Vendoma,
Ai mundos de cem heróis,
Dizei, cidades de pedra,
Onde a liberdade medra
Do porvir aos arrebóis.
Dizei, quando a voz dos Gracos
Tapou a destra da lei?
Onde a toga tribunícia
Foi calcada aos pés do rei?
Fala, soberba Inglaterra,
Do sul ao teu pobre irmão;
Dos teus tribunos que é feito?
Tu guarda-os no largo peito
Não no lodo da prisão.
No entanto em sombras tremendas
Descansa extinta a nação
Fria e treda como o morto.
E vós, que sentis-lhes os pulso
Apenas tremer convulso
Nas extremas contorções...
Não deixais que o filho louco
Grite "oh! Mãe, descansa um pouco
Sobre os nossos corações".
Mas embalde... Que o direito
Não é pasto de punhal.
Nem a patas de cavalos
Se faz um crime legal...
Ah! Não há muitos setembros,
Da plebe doem os membros
No chicote do poder,
E o momento é malfadado
Quando o povo ensangüentado
Diz: já não posso sofrer.
Pois bem! Nós que caminhamos
Do futuro para a luz,
Nós que o Calvário escalamos
Levando nos ombros a cruz,
Que do presente no escuro
Só temos fé no futuro,
Como alvorada do bem,
Como Laocoonte esmagado
Morreremos coroado
Erguendo os olhos além.
Irmão da terra da América,
Filhos do solo da cruz,
Erguei as frontes altivas,
Bebei torrentes de luz...
Ai! Soberba populaça,
Dos nossos velhos Catões,
Lançai um protesto, ó povo,
Protesto que o mundo novo
Manda aos tronos e às nações.
Castro Alves
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