A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

23 de janeiro de 2012

Será que podemos atribuir o fim da SOPA exclusivamente a mobilização popular?





Segue uma listinha de "populares" anti-SOPA.

http://www.cdt.org/report/list-organizations-and-individuals-opposing-sopa


Cabe destacar que algumas das empresas que defenderam uma posição anti-SOPA, não tem um histórico tão nobre no que diz respeito ao livre acesso de informações. Empresas como Yahoo, Google e Microsoft se dobraram aos rígidos controles de fluxo de informação imposto pelo governo de Pequim em troca de acesso privilegiado a suculentas parcelas do mercado chinês.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/posts/view/china-manda-e-microsoft-obedece-impondo-censura-a-blogs-de-dissidentes


Publicado no Observatório da Imprensa
Carlos Castilho em 24/05/2011

Parece incrível mas a Microsoft tornou-se mais um grande ícone do capitalismo digital a sucumbir às pressões de um governo estrangeiro para censurar blogs criados por militantes da oposição.

Primeiro foi o Google, depois o Yahoo e agora a empresa de Bill Gates. Todos eles resolveram agradar às autoridades de Beijing deixando de hospedar weblogs de jornalistas e militantes contrários às políticas oficiais na China.

Trata-se de uma medida que causa mais dano à imagem das corporações norte-americanas do que aos ativistas chineses porque eles dispoem de milhares de outros serviços de hospedagem de blogs espalhados pelo mundo.

Mostra também como as grandes empresas norte-americanas preferem sacrificar princípios ideológicos em nome dos bons negócios, não importa se o parceiro se proclama marxista e não dá bola para o sistema representativo vigente nos Estados Unidos.

A questão da censura na internet ainda é um problema não resolvido. Teoricamente é impossível bloquear comunicações e o livre fluxo de informações através da rede de aproximadamente um bilhão de computadores conectados à internet, porque é impossível fechar todos os canais de comunicação ao mesmo tempo. Isto configuraria um black out mundial na rede, com consequências catastróficas.

Acontece que os computadores de usuários, como nós, acessam a rede através de provedores (no caso do correio eletrônico ou acesso simples à rede), muitos dos quais são também os hospedeiros de weblogs (como é o caso do IG) , páginas web e bancos de dados. São os provedores e hospedeiros que podem fazer a censura ou congelar um weblog ou endereço.

Claro que, no momento em que tomam atitudes prepotentes como estas, sua confiabilidade junto aos seu usuários vai para o ralo, porque desaparece a garantia moral de que os provedores e hospedeiros respeitarão a privacidade das informações veiculadas por seus clientes.

Até agora as únicas exceções eram a divulgação de material incentivando o ódio racial e o terrorismo, mas a cada dia que passa fica mais claro que o interesse comercial pode atropelar os princípios, principalmente quando as somas envolvidas tem mais de cinco zeros.

A alternativa para os afetados é mudar de provedor ou hospedeiro, quando se tratar de página web ou weblog. Segundo a ABRANET (Associação Brasileira de Provedores de Acesso à Internet) existiam em 2002 quase 1220 provedores de acesso à internet no país. No mundo inteiro, o número pode chegar a quase 50 mil.

Apesar de ser possível o jogo de gato e rato entre um blogueiro ativista e os provedores em matéria de censura, no quesito privacidade as fichas estão definitivamente com quem garante o acesso à internet. Tudo o que se passa na rede é potencialmente sujeito a ser descoberto.

Na verdade já estamos vivendo num Big Brother digital porque não há segredos na rede. Nossa vulnerabilidade só não é maior porque de certa forma estamos protegidos pelo fator massa. É tanta gente navegando que dificilmente despertamos a atenção, a não ser que alguém decida nos observar. Aí passamos a viver numa casa de vidro e não há jeito de escapar, a não ser saindo da rede.

No ambiente Web teremos que nos acostumar com uma nova maneira de conviver com velhos fantasmas como a censura e a privacidade.

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