A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

11 de março de 2011

Se a vida é levada muito a sério...

nugo é uma cápsula metálica de 4 cm de comprimento e 1,5 cm de diâmetro, garantida por um fecho de combinação giratória cujos sete números são conhecidos somente pelo seu portador:


Essa cápsula metálica contém uma pílula de uma substância que mata instantaneamente. Todo ibu recebe um nugo de seu bolo, como é o caso do taku. Ele pode carregar o nugo junto com as chaves de seu próprio baú numa corrente em volta do pescoço, de forma que fique sempre ao alcance da mão. Caso o ibu seja incapaz de abrir a cápsula e engolir a pílula mortal (devido a paralisia, ferimento, etc.), os outros ibus são obrigados a ajudar (ver sila).

Se o ibu enjoar de bolo’bolo, de si mesmo, de taku, sila, nima, yaka, fasi, etc., sempre pode sentir-se livre para sair do jogo definitivamente e escapar do seu (melhorado, reformado) pesadelo. A vida não devia ser um pretexto para justificar sua responsabilidade para com bolo’bolo, a sociedade, o futuro ou outras ilusões.

O nugo lembra ao ibu que bolo’bolo finalmente não faz sentido, que ninguém e nenhuma forma de organização social podem ajudar o ibu em sua solidão e desespero. Se a vida é levada muito a sério, vira um inferno. Todo ibu vem equipado com uma passagem de volta.


Retirado de bolo'bolo

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