A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

7 de maio de 2013

We are Players in the Game of Revolution

Dir broudas,

Muito bom.
Muito, muito bom.

Se liguem na foto.
Se liguem no texto.

Déjà vu.

Moral da estória: Morfeu é colaborador de Adbusters.

Hasta,

Gonzo, the Great
We are Players in the Game of Revolution
But can we overcome our fear on a collective, species-wide level?

Micah M. White, 23 April 2013

We are players in the game of revolution: the long cat-and-mouse game between Power and The People that has been raging since our side first demanded democracy in antiquity.
Over the many centuries of civilization since, sometimes the progress of our revolution has been slow and sometimes great leaps have been made in a flash when just the right spark comes along ... but through it all the guiding dream that unites us in a great historical chain has been the same: a people's democracy constituted by liberty, equality and community.

The world is a dark place now. Maybe we are in the Iron Age or the Kali Yuga or the last gasp of a dying species. But during the insurrectionary storms of 2011 to 2012, we saw something at Adbusters: a reason to keep rising up and fighting until the bitter end. We saw that you and I are now closer than any previous generation of humanity has ever been to achieving people's democracy. And not just in my country or your country but in every country. A people's democracy on a global scale is within reach ... if we have the courage to seize it.

All too often The People shy away from their historical destiny. We get scared as a movement both when we fail and when we succeed. The only moments we enjoy are the most fleeting. We look back on our past victories (The French Revolution, The Defeat of Fascism, May 1968, Occupy Wall Street) and, instead of seeing an inspiring proof that we can do it again, better and longer, we accept cynicism. We see only our excesses or the ways we failed to live up to our Ideal. We don't see how close we've come; we only see how far we still have to go. It seems that most of the time The People have failed to take Power primarily out of deference to the elite and fear of their paramilitary police.

The roof is on fire

Noutro dia me perguntaram:

- Você não vai cortar esse cabelo? Está horrível!

Então pensei... "Será que não condiz com a investidura do cargo? Não estará alinhado aos objetivos estratégicos? Represento um risco institucional!?"

Mas, por fim, respondi:

- Você não está sabendo? Eu sou o Curupira!

Viva a Paranóia Vigilante!

Gonzo


I almost cut my hair
'Twas just the other day
It was gettin' kinda long
I could-a said, it was in my way
But I didn't and I wonder why
I want to let my freak flag fly
And I feel like I owe it to someone

Must be because I had the flu for Christmas
And I'm not feelin' up to par
It increases my paranoia
Like lookin' at my mirror and seein' a lit up police car
But I'm not givin' in an inch to fear
I promised myself this year
I feel like I owe it to someone

When I finally get myself together
Get down in some sunny southern weather
Find a place inside to laugh
Separate the wheat from the chaff
'Cause I feel like I owe it to someone

David Crosby

“O que aconteceu em Túnis foi uma sinergia”

retirado do Instituto Humanitas Unisinos – IHU


Fórum Social Mundial: “O que aconteceu em Túnis foi uma sinergia”. Entrevista especial com Luiz Carlos Susin“O que teve maior efeito imediato foi o espírito cheio de energia e debate da primavera árabe, que deu novo impulso ao Fórum”, avalia o teólogo.

leia mais...

Fórum Social Mundial + Primavera Árabe + Indignados + Occupy = Another World is Possible (?)

por Maurício Hashizume
retirado da Carta Maior

Tunísia aproximou do Fórum movimentos como Occupy e Indignados

Um mês depois de ocorrido, o Fórum Social Mundial (FSM) 2013 que teve lugar em Túnis, capital da Tunísia, continua a motivar discussões sobre as formas coletivas de resistência e a busca de alternativas à lógica dominante do capitalismo neoliberal.

leia mais...

6 de maio de 2013

o berço de tudo

a memória do útero
do líquido amniótico
a semiótica
da linguagem
ilusão de ótica sonora
dos versos que agora imperam
no império dos sentidos sem sentido

incesto do alfabeto
incesto incerto do erro
(incesto entre o certo e o incerto)
que erra a reta e rebate lá na pedra

a fresta das formas inertes
sequer
infere a forma do universo
disforme
reforma dos ditos já ditos
o eco é o feto dos versos
coração materno
na caixa
do peito
pleito dos ritmos primeiros

(caixa plena em pleito)

repete
réplica dos sons no infinito do enquanto
repete a forma dos verbos
repete a alma
e seus encantos
poeta que versa
a plenos berros
de peito já cansado
porém aberto

oh verdade que não há neste mundo
um mundo tão mundo
um mundo tão tudo

um mundo tão pouco pra tudo que resta
e resta tão pouco
mas o resto que falta é tudo que me sobra

a voz que assopra
o eco que eclode
explode
em rosa ritmo e rima
eis que enfim afirma:
fim e princípio
na mesma linha
a rima
o ritmo é berço do mundo

é berço de tudo
é terço da alma
é pleito do pleno
insano repente

Salvador Passos

5 de maio de 2013

I am 25

With a love a madness for Shelley
Chatterton Rimbaud
and the needy-yap of my youth
has gone from ear to ear:
I HATE OLD POETMEN!
Especially old poetmen who retract
who consult other old poetmen
who speak their youth in whispers,
saying:--I did those then
but that was then
that was then--
O I would quiet old men
say to them:--I am your friend
what you once were, thru me
you'll be again--
Then at night in the confidence of their homes
rip out their apology-tongues
and steal their poems.

Gregory Corso