A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

29 de outubro de 2011

Occupy World on democracy Now



http://www.blogger.com/img/blank.gif
http://www.democracynow.org/2011/10/28/headlines#1

Iraq War Vet Hospitalized with Fractured Skull After Being Shot by Police at Occupy Oakland Protest



Thousands of people reclaimed the Occupy Oakland encampment in front of City Hall Wednesday after police dispersed them twice on Tuesday — first in a pre-dawn raid on the camp and 12 hours later at night when protesters attempted to retake the park — using beanbag projectiles and tear gas. Many protesters expressed outrage over of the injury of Oakland protester Scott Olsen, a 24-year-old Iraq War veteran whose skull was fractured by a projectile fired by police Tuesday night. He is hospitalized in critical condition and is reportedly under sedation by doctors monitoring his injury. We speak to Jesse Palmer, an Occupy Oakland protester who helped move Olsen to safety, and to Aaron Hinde, a close friend of Scott Olsen and a fellow member of Iraq Veterans Against the War. One of Olsen’s other friends, Adele Carpenter, told Reuters, "The irony is not lost on anyone here that this is someone who survived two tours in Iraq and is now seriously injured by the Oakland police force." Aaron Hinde talked about why Olsen joined the Occupy Oakland movement: "He was a very motivated and dedicated individual. And he believed in the Occupy movement, because it’s very obvious what’s happening in this country, especially as veterans. We’ve had our eyes opened by serving and going to war overseas."

http://www.democracynow.org/2011/10/27/iraq_war_vet_hospitalized_with_fractured

Occupy Oakland: This is what a Police State looks like!



191 days

191 Days Without Charge from WikiLeaks on Vimeo.

End of wikileaks

What Does it Cost to Change the World? from WikiLeaks on Vimeo.

Facebook is watching you!

Estudante processa Facebook por violação de dados from Passa Palavra on Vimeo.




Nem KGB ou CIA já tiveram 1200 páginas a respeito de um cidadão comum

Inna Gadda Da Vida

26 de outubro de 2011

Shuffering & Shimiling



You Africans, please listen to me as Africans

And you non-Africans, listen to me with open mind

...

25 de outubro de 2011

Haitian Fight Song II B.S.

Goldman Sachs v. Occupy Wall Street: A Greg Palast Investigation



http://www.democracynow.org/2011/10/25/goldman_sachs_v_occupy_wall_street

quem chega quando chega?

quem chega quando chega? nada basta, tudo persiste num infinito desdobramento de coisas, e o que são as coisas? a coisa é o nome da coisa sem dizer o nome do nome, tudo são coisas, as mesmas coisas e outras coisas, as palavras, as estrelas, o universo, até as coisas são tão somente coisas, tudo é tudo e tudo é nada, tudo é dito através de outros nomes, numa metalinguagem infinita, a própria língua é uma metalingua numa metonímia de si mesma, nesta dispersão de sentidos, os sentidos sequer são sentidos, são voláteis, passageiros de passagens, ex-estranhos, no caminho rumo a um eterno outro lugar, o outro do outro do outro, esta noite de todas as noites, esta noite de todos os sentidos, os sentidos outros, outros sentidos, apenas vagamos em algum vago sentido do que não somos, somos as somas das somas e as somas destas subtrações, subtraídos e traídos de todo o absoluto, luto resoluto de apenas estar, vagar, somos todos e somos todos sendo cada um, e assim sendo seguimos sendo, sem sentidos, sem destino, o que esperamos é esperar por algum outro momento, o que queremos é algum outro querer mais além do aqui e do agora, tocamos isto que está mais além, não com os sentidos ou com a razão mas com alguma outra capacidade sensorial, um sonho, uma esperança, alguma profecia, que está na raiz da palavra profeta, pré-fato que fala do que esta por vir antes do fato feito, antes do fato feto, pré-feto, uma gestação no útero de nossas inconciências

Jean Louis Battre

The coming insurrection

Eu estava me perguntando sobre a relevância do manifesto The coming insurrection (L'insurrection qui vient) para as agitações do movimento Occupy. Aí o relato do Malcolm Harris faz breve menção sobre o livro.

Então segue a publicação abaixo:

The coming insurrection - The Invisible Committee

Parisien suburb riots, 2005

Insurrectionary communist call to arms, originally published in France in 2005, in text and PDF format.

Download PDF here

From whatever angle you approach it, the present offers no way out. This is not the least of its virtues. From those who seek hope above all, it tears away every firm ground. Those who claim to have solutions are contradicted almost immediately. Everyone agrees that things can only get worse. “The future has no future” is the wisdom of an age that, for all its appearance of perfect normalcy, has reached the level of consciousness of the first punks.

The sphere of political representation has come to a close. From left to right, it’s the same nothingness striking the pose of an emperor or a savior, the same sales assistants adjusting their discourse according to the findings of the latest surveys. Those who still vote seem to have no other intention than to desecrate the ballot box by voting as a pure act of protest. We’re beginning to suspect that it’s only against voting itself that people continue to vote. Nothing we’re being shown is adequate to the situation, not by far. In its very silence, the populace seems infinitely more mature than all these puppets bickering amongst themselves about how to govern it. The ramblings of any Belleville chibani contain more wisdom than all the declarations of our so-called leaders. The lid on the social kettle is shut triple-tight, and the pressure inside continues to build. From out of Argentina, the specter of Que Se Vayan Todos is beginning to seriously haunt the ruling class.

read more.



Conflict Arise

Baby, We’re All Anarchists Now

Muito bom esse relato de um anarquista do Crimethinc sobre os conflitos nos bastidores do movimento Occupy, em especial as decisões por consenso, o respeito à diversidade e a ação direta.

Fiquei perplecto com o tal "Occupy Threat Center" do ListenLogic, uma empresa de monitoramento de riscos corporativos, sobre o conteúdo das manifestações no Occupy.

Chase Bank Burning by Alex Schaefer

Malcolm Harris writes about some of the emerging conflicts between anti-authoritarians and self-appointed leaders of the #Occupy Movement.

Baby, We’re All Anarchists Now

I got a certain amount of shit for cosigning this Cimethinc. “Letter from Anarchists” to occupiers, but what really strikes me is that anarchists and occupiers have become two distinct–albeit overlapping–groups. It’s become even more apparent in the streets. When I was at Occupy DC over the weekend, a guy who I would guess circles his A’s complained about being pushed from the street into the police-protected march by another occupier. I’ve seen the same thing happen in New York, and I’m willing to bet it’s happened elsewhere. There have been rumors out of Chicago that some occupiers have printed out flyers with the names and pictures of “known anarchists,” and certain committee members at Wall Street have grumbled about rooting out autonomous actors. In this context, the Crimethinc. letter seems restrained.

leia mais.

Livro do Desassossego: Autobiografia sem fatos

[1]

Nasci em um tempo em que a maioria dos jovens haviam perdido a crença em Deus, pela mesma razão que os seus maiores a haviam tido — sem saber porquê. E então, porque o espírito humano tende naturalmente para criticar porque sente, e não porque pensa, a maioria desses jovens escolheu a Humanidade para sucedâneo de Deus. Pertenço, porém, àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem, nem veem só a multidão de que são, senão também os grandes espaços que há ao lado. Por isso nem abandonei Deus tão amplamente como eles, nem aceitei nunca a Humanidade. Considerei que Deus, sendo improvável, poderia ser, podendo pois dever ser adorado; mas que a Humanidade, sendo uma mera ideia biológica, e não significando mais que a espécie animal humana, não era mais digna de adoração do que qualquer outra espécie animal. Este culto da Humanidade, com seus ritos de Liberdade e Igualdade, pareceu-me sempre uma revivescência dos cultos antigos, em que animais eram como deuses, ou os deuses tinham cabeças de animais.

Assim, não sabendo crer em Deus, e não podendo crer numa soma de animais, fiquei, como outros da orla das gentes, naquela distância de tudo a que comummente se chama a Decadência. A Decadência é a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida. O coração, se pudesse pensar, pararia. A quem, como eu, assim, vivendo não sabe ter vida, que resta senão, como a meus poucos pares, a renúncia por modo e a contemplação por destino? Não sabendo o que é a vida religiosa, nem podendo sabê-lo, porque se não tem fé com a razão; não podendo ter fé na abstração do homem, nem sabendo mesmo que fazer dela perante nós, ficava-nos, como motivo de ter alma, a contemplação estética da vida. E, assim, alheios à solenidade de todos os mundos, indiferentes ao divino e desprezadores do humano, entregamo-nos futilmente à sensação sem propósito, cultivada num epicurismo sutilizado, como convém aos nossos nervos cerebrais.

Retendo, da ciência, somente aquele seu preceito central, de que tudo é sujeito às leis fatais, contra as quais se não reage independentemente, porque reagir é elas terem feito que reagíssemos; e verificando como esse preceito se ajusta ao outro, mais antigo, da divina fatalidade das coisas, abdicamos do esforço como os débeis do entretenimento dos atletas, e curvamo-nos sobre o livro das sensações com um grande escrúpulo de erudição sentida. Não tomando nada a sério, nem considerando que nos fosse dada, por certa, outra realidade que não as nossas sensações, nelas nos abrigamos, e a elas exploramos como a grandes países desconhecidos. E, se nos empregamos assiduamente, não só na contemplação estética mas também na expressão dos seus modos e resultados, é que a prosa ou o verso que escrevemos, destituídos de vontade de querer convencer o alheio entendimento ou mover a alheia vontade, é apenas como o falar alto de quem lê, feito para dar plena objetividade ao prazer subjetivo da leitura.

Sabemos bem que toda a obra tem que ser imperfeita, e que a menos segura das nossas contemplações estéticas será a daquilo que escrevemos. Mas imperfeito é tudo, nem há poente tão belo que o não pudesse ser mais, ou brisa leve que nos dê sono que não pudesse dar-nos um sono mais calmo ainda. E assim, contempladores iguais das montanhas e das estátuas, gozando os dias como os livros, sonhando tudo, sobretudo, para o converter na nossa íntima substância, faremos também descrições e análises, que, uma vez feitas, passarão a ser coisas alheias, que podemos gozar como se viessem na tarde. Não é este o conceito dos pessimistas, como aquele de Vigny, para quem a vida é uma cadeia, onde ele tecia palha para se distrair. Ser pessimista é tomar qualquer coisa como trágico, e essa atitude é um exagero e um incômodo. Não temos, é certo, um conceito de valia que apliquemos à obra que produzimos. Produzimo-la, é certo, para nos distrair, porém não como o preso que tece a palha, para se distrair do Destino, senão da menina que borda almofadas, para se distrair, sem mais nada.

Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cômodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero.

Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também.

Bernardo Soares

21 de outubro de 2011

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outros materiais:

#OCCUPYWALLSTREET posters for download

Sinto Sangue

Sinto sangue salivando
Sino salta soluçando
Salitrando solta sorte
Sagro sangue com cerveja
Sangro sonhos só nós lentos
Seja feita nossa sorte
Neste norte mais que longe
Neste norte mais que sul
Lua cruz que segue vindo
No meu peito doce prole
Do silêncio mais que cala
Cala cala neste peito
Noite noite noite adentro
Neste fora de mim mesmo

Raimundo Beato

Relax

Relax: alternative hedonism and a new politics of pleasure

Kate Soper on re-imagining fulfllment

A predictable consequence of the current recession has been a renewal of interest in the politics of welfare and community values. As they seek to patch up a fresh consensus amidst the fallout from the latest crisis of capitalism, both sides of the party political divide have come up with new narratives about wellbeing, communal belonging and social cohesion. On the right, in a warmed-over, chummier version of the Thatcherite politics of empowerment, David Cameron is pushing the idea of the ‘big society’, with its cost-cutting culture of voluntarism, philanthropy and social action. To the left, Blue Labour has rediscovered Aristotle on the ‘good life’ as a traditional (albeit long-neglected) component of Labour thinking, and is campaigning for the party to adopt the idea of a ‘good society’ based on reciprocity, mutuality and solidarity. Across the board, then, there is rather more acknowledgement than before the crash that neoliberalism is not quite the panacea it was held out to be, and that relentless commodification is bad for the soul both of the individual and of the community.

These moves suggest that there is now some awareness among mainstream politicians of the underlying contradictions between growth economics and social – and individual – wellbeing. But to date there has been no attempt seriously to challenge the definition of the ‘good life’ associated with affluent consumer culture. When launching his new ‘happiness index’, Cameron told us that economic growth isn’t everything and that there are aspects of life that ‘can’t be measured on a balance sheet’. But since then we have heard a great deal from him about the need to return to growth and very little about the good life conceived in any other terms.

Maurice Glasman, a key influence on Blue Labour, is critical of the unfettered market. Invoking an ‘organic community’ as the agent of opposition to commodification, he wants a return to skilled labour, co-operatives, mutual societies, local banks and the like. There is much to welcome in this. But he, too, appears still to see the nation state as locked in competition with others for economic advancement through ongoing production, and says rather little about the wider social and environmental consequences of national success conceived in those terms.

Erro de Português

Quando o português chegou

Debaixo duma bruta chuva

Vestiu o índio

Que pena!

Fosse uma manhã de sol

O índio teria despido

O português

Oswald Andrade

A flor no asfalto

História

Eterno Retorno

mar a mar
amar mar
mar amar
mar a mar

Salvador Passos

Caminhamos distâncias intransponíveis para sermos nós mesmos

Caminhamos disntâncias intrasnponíveis para sermos nós mesmos
Esse vazio nos chega disto tudo
Somos o que nos chega,
o que nos suporta

Apenas somos em algum momento

Estamos nisso que chegamos agora
Este ponto que nós somos
subtraí-nos

Queria falar para todas as pessoas que calaram em mim
Todas disseram alguma coisa no fundo
& na superficie seguem me sobrando

Aquelas que falaram mais alto
Agora calam
É o mistério destas vozes que me fez quem sou
É nestes traços que nos encontramos e seguimos sendo
Somos a cada instante alguma outra coisa impermanente

Sinto que o não dizer de minhas faltas é muito mais eu mesmo do que este eu que aqui escreve

Como serei qualquer coisa se me sinto mais eu mesmo quando não sou?

Esta distância entre eu mesmo e esse esmo de mim mesmo é a medida do meu ser

Há nesta constatação um certo fatalismo
E todo fatalismo revela e liberta
Pois ao nos prender a algo inexorável, nos liberta do peso que nos prende

Se não há como resistir, se inventa

Salvador Passos

17 de outubro de 2011

Danny Glover, Cornel West Speak Out at Occupy Protests as MLK Memorial is Dedicated in D.C.



In the United States, police arrested hundreds of people over the weekend at demonstrations and occupations inspired by Occupy Wall Street. Arrest totals include: 175 in Chicago; 100 in Arizona; 92 in New York City; 19 in Raleigh, North Carolina; 19 in Denver; and 19 in Washington, D.C., including Princeton University Professor Cornel West, on the steps of the Supreme Court. West was arrested shortly after attending the dedication ceremony for the new Rev. Dr. Martin Luther King, Jr. Memorial. At the dedication, President Obama said, "It is right for us to celebrate Dr. King’s marvelous oratory, but it is worth remembering that progress did not come from words alone. Progress was hard. Progress was purchased through enduring the smack of billy clubs and the blast of fire hoses. It was bought with days in jail cells and nights of bomb threats." We also go to California, where actor and activist Danny Glover addressed Occupy Oakland.

http://www.blogger.com/img/blank.gifhttp://www.democracynow.org/2011/10/17/danny_glover_cornel_west_speak_out

State of Working America x The 1%

Wake up America

Over the last three decades, inequality has grown by almost all measures. Historically, while those at the top of the income distribution have enjoyed far higher average incomes than everybody else, the gap between the top and the bottom has grown enormously in recent years, driven both by slowdowns in income growth at the bottom and middle, and rapid acceleration of income growth at the top. In addition, there has been a further pulling apart even within uppermost reaches of the income scale, as the richest of the rich have seen significantly faster gains than the merely affluent. These outcomes are true when measured by family income, by wages, and by wealth. Clear disparities exist between racial and ethnic groups, and they have also grown over time in the form of higher poverty rates and larger wealth gaps. Furthermore, access to “good jobs”—those not only with decent wages, but also access to pensions and health insurance—is far lower among the lower income and non-white groups, and the gulf between access to such benefits is growing over time.

This fragmenting of income growth has been accompanied by other fissures—for example, those at the bottom of the income distribution are not only less likely to get ahead financially, but they have also been left behind when it comes to recent gains to overall life expectancy. In the past three decades, it has been impossible to answer the basic question of “how’s the economy doing” without first specifying for whom.

State of Working America

Times Square Taken Over as Occupy Wall Street Enters Second Month, Hundreds Arrested Across Country



It was a month ago today that Occupy Wall Street began in Manhattan’s Financial District. The protest encampment based at Zuccotti Park remains and continues to grow despite last week’s threatened eviction by the City of New York. On Saturday, thousands of protesters march from Zuccotti Park to Times Square, the heart of New York’s media, tourism and entertainment district. Earlier in the day, about two dozen people were arrested at a CitiBank in Lower Manhattan while they attempted to take their money out of the bank. We speak to Ryan Devereaux, a Democracy Now! reporter who has been closely following the Occupy Wall Street movement. We also speak with Julia Gonzales, director of Organizing for the Colorado Immigrant Rights Coalition, about the Occupy Denver protests.

Ryan Devereaux, Democracy Now! reporter who has been closely following Occupy Wall Street.

Julie Gonzales, director of organizing for the Colorado Immigrant Rights Coalition

http://www.democracynow.org/2011/10/17/times_square_taken_over_as_occupy

Global Day of Rage: Hundreds of Thousands March Against Inequity, Big Banks, as Occupy Movement Grows



From Buenos Aires to Toronto, Kuala Lumpur to London, hundreds of thousands of people rallied on Saturday in a global day of action against corporate greed and budget cutbacks, demanding better living conditions and a more equitable distribution of wealth and resources. Protests reportedly took place in 1,500 cities, including 100 cities in the United States—all in solidarity with the Occupy Wall Street movement that launched one month ago in New York City. We go to Athens for a report from a protest at Syntagma Square against austerity measures and corporate greed, speak to an activist in Rome where 200,000 rallied, and go to Japan for a report on the Occupy Tokyo demonstration. We also air excerpts of a speech by Julian Assange of WikiLeaks at Occupy London Stock Exchange.

Guests:

Vincenzo Fiore, Italian activist and member of the left-wing party Sinistra Ecologia e Libertà.

Julian Assange, founder and editor of WikiLeaks, speaking at Occupy London Stock Exchange.

Gerome Rothman, field director the Tokyo General Union, the largest foreign-led labor union in Japan. He’s lived in Japan for more than five years and is participating in the Occupy Tokyo movement.

http://www.democracynow.org/2011/10/17/global_day_of_rage_hundreds_of

16 de outubro de 2011

Occupy World St.: From NYC to Everywhere

Occupy the Times Square





NYC Citibank Occupation Arrests



Peaceful occupiers arrested for closing their accounts.

Manifestantes são presos por tentar fechar suas contas no banco.

Occupy the banks

October 15th: Occupy Banks from Mary Matthews on Vimeo.



Occupy Wall Street's October 15th - Day of Actions have actions targeting banks throughout the day around specific themes: jobs, education, housing, environment, and war. It will culminate with a mass convergence/party at Times Square, 5pm. Thousands will be participating throughout the day.

Puerta del Sol 15 oct



Este era el aspecto que presentaba la Puerta del Sol de Madrid a las 20.30 de la tarde de este 15 de octubre. Miles de indignados accedían a la emblemática plaza desde la calle Alcalá y otras calles aledañas, cantando cánticos como "lo llaman democracia y no lo es" o "que no, que no, que no nos representan". (Miguel Ángel Medina)

This is Plaza Puerta del Sol en Madrid at octouber 15th around 8:30 PM.

15 de outubro de 2011

Brasileiros aderem a chamado de mobilização global dia 15

Chamados a participar de uma mobilização mundial contra modelo econômico-político dominante, jovens brasileiros resolveram aderir e adaptar os eixos internacionais à realidade do país. A convocatória veio da Espanha, dos movimentos que levantaram a bandeira da “democracia real já” e protestam contra os efeitos da crise econômica. Pelo menos 42 cidades brasileiras devem particiar da mobilização global neste sábado.

Fábio Nassif

Chamados a participar de uma mobilização mundial, jovens brasileiros resolveram aderir e adaptar os eixos internacionais à realidade do país. A convocatória veio da Espanha, dos movimentos que levantaram a bandeira da “democracia real já” e protestam contra os efeitos da crise econômica. Os protestos também se referenciam em movimentos de outros locais como Grécia, Chile, Estados Unidos e países do Oriente Médio, que de maneiras distintas estão realizando manifestações massivas.

Segundo o site http://15october.net/es/, atividades públicas já
foram marcadas neste dia em 951 cidades de 82 países de todos os continentes. De maneira genérica, a mobilização global centra fogo no que parece coincidir em vários desses levantes: a crítica aos regimes políticos e ao modelo econômico.

“Unidos em uma só voz, faremos saber aos políticos e às elites financeiras a quem eles servem, que agora somos nós, as pessoas, quem decidiremos nosso futuro”, afirma o chamado. E completa: as pessoas não são “mercadorias nas mãos de políticos e banqueiros”, e estes, por sua vez, não os representam.

No Brasil
A partir de uma garimpagem na internet, é possível descobrir as cidades brasileiras que planejam atividades. O site www.democraciarealbrasil.org/ aponta 41 locais com eventos divulgados no site do Facebook. O número de pessoas confirmadas, apesar da pouca precisão desta fonte de informação, passa de 11 mil.

Cada cidade está organizando de maneira independente suas mobilizações. Em São Paulo, o grupo que está se reunindo há quase um mês anunciou um acampamento no Vale do Anhangabaú. Está prevista a concentração a partir das 10 horas do sábado, seguida de uma passeata até o local de instalação das barracas. Lá, ocorrerão grupos de discussão sobre educação, meio ambiente, saúde e transporte, debates com o tema “o que é democracia real”, atividades culturais e assembleias organizativas.

O manifesto paulista, além de situar os levantes no mundo, critica a desigualdade social como “principal marca deste país, desde que ele existe como tal”. O material também afirma que o movimento é auto-organizado, autofinanciado, autônomo de empresas, Estado, governos e partidos políticos, apesar de contar com participantes de algumas organizações.

As bandeiras elencadas refletem também as manifestações ocorridas durante todo o ano. A quantidade de vezes que esses movimentos saíram às ruas demonstra algumas mudanças também no cenário nacional. Só em 2011 foram realizadas marchas contra o aumento das passagens de ônibus, do dia internacional de luta da mulher, contra a homofobia, da maconha, da liberdade, das vadias, contra Belo Monte, contra o novo Código Florestal, da consciência negra, contra corrupção, do Fora Ricardo Teixeira, entre outras. A maioria delas aconteceu em 10 cidades, sendo que se chegou a atingir 40 locais diferentes, com números de participantes acima do que não se via há algum tempo.

As ocupações também foram instrumentos mobilizadores. Em São Paulo, a ocupação da Fundação Nacional das Artes (Funarte), com o lema “é hora de perder a paciência” se destacou. Por pautas específicas e pelo investimento de 10% do PIB para educação pública, o movimento estudantil realizou ocupações de reitorias na onda das greves dos técnico-administrativos na UFPR, UEM, UFSM, UFSC, UFRB, UFAL, UFMT, UnB, UFES, UFRGS, UFAM, UFRJ, UFF, com conquistas pontuais. No sindicalismo, algumas outras categorias como trabalhadores da construção civil, do Correios e bancários também fizeram grandes greves.

As organizações políticas, os protagonistas e as pautas de todas essas mobilizações não estão concentradas em um único programa. O 15 de outubro é, no entanto, uma evidência que mesmo diante das incertezas dos desdobramentos da crise econômica mundial, parte da população está se organizando para buscar respostas coletivas, nas ruas.


http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18703

Freedom

Browse Upload 15 October - United for Global Change

Movimento "Occupy" chega ao Rio e a SP



Tá rolando!!!




#Occupy the World



#Occupy the World holds two dual functions.
First is to share information about the various #Occupy movements that are forming across the globe,
and the second is to provide a forum for ideas and discussions to flow freely.

13 de outubro de 2011

Fim da História 2

Essa história de fim da história
é sempre o começo
de uma nova velha história
de um ciclo de recomeço
que marca a nossa história

Terá fim um dia
essa história de fim da história?

Mas se um dia houver o fim da história
terá que ter tido também começo
tanto do fim quanto da história
mas quem sabe quando foi o começo?

Tomás Mais, incorporado por Salvador Passos

Occupy the world

A partir das experiências de Estados Unidos, Grécia, Espanha, Chile e Norte da África,...

vai rolar um "Occupy the world" no próximo dia 15/10.

Segue um link:

Occupy the World, 15th October: discussion and updates.

E uma opinião sobre o evento:

Indignação vira global. E daí?

Occupy Wall Street: We the people have found our voice

We The People Have Found Our Voice (Occupy Wall Street) from ivarad on Vimeo.



Poem:
All the plazas in this plaza

We are many as we are
We are few like few we are
We are few as few we are
We are others like others
We are others like many
We are many
We are all

Other people our people
Our others others are
Our others are our own
Our others as we are
Our names are other names
Our days are different days

Our time is other time
Our verses are other verses

Our dreams are different dreams
Not those dreams of nowadays
Not the dreams already dreamed
Not the dreams already tired
All so tired of being tired
Not this longing dreams they have
longing for some longing dream
Tonight we dream some other dream
Different dreams for different nights

Other people
Our people
All the people
Just one people

Different dreams
For different days
Different dreams
For different times

We are dreaming a different dream
We all dream some other dream
We all dream the same dream
A dream of different times
A different time that’s our time

Other dreams are our dreams

Other plazas
All the plazas
Our plaza

Our world a different world
Our world is in this plaza

All the plazas are one plaza
All the plazas in this plaza

Salvador Passos

Fim da história

Essa história de fim da história
ainda vai entrar pra história

Salvador Passos

O momento político é da multidão

retirado de:


'‘O momento político é da multidão'’.
Entrevista especial com Giuseppe Cocco (em 15/06/2011)

O novo século trouxe consigo o início de uma forma de encarar o jogo político e econômico do mundo. Os anos 2000 foram marcados por movimentos como Oaxaca e Caracoles, no México; e Que se vayan todos, na Argentina. A segunda década do século XXI vê o nascimento de manifestações nos países andinos, árabes e europeus. Todos esses levantes muito diferentes dos movimentos dos anos 1960 e 1970. Para o professor Giuseppe Cocco, “hoje estamos em um mundo globalizado, onde não há mais modelos alternativos” e este não é o fim da história, como apontavam alguns estudiosos no passado. “Na realidade, estamos constatando que a história passou a se definir a partir das contradições que atravessam por dentro esse processo de unificação mundial dos mercados que é governado pela modulação da fragmentação e da heterogeneidade”, afirmou na entrevista que concedeu por e-mail à IHU On-Line.

Giuseppe Cocco possui graduação em Ciências Políticas pela Université de Paris VIII e pela Università degli Studi di Padova. É mestre em Ciências Tecnológicas e Sociedade pelo Conservatoire National des Arts et Métiers e em história social pela Université de Paris I (Pantheon-Sorbonne). Doutorou-se em História Social pela Université de Paris I (Pantheon-Sorbonne) e, atualmente, é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Publicou com Antonio Negri o livro Global: Biopoder e lutas em uma América Latina globalizada (Ed. Record, 2005). Também é autor de Mundobraz: O devir no mundo no Brasil e o Brasil no devir do mundo (Ed. Record, 2009).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – “Oaxaca” [1] e os “Caracoles” [2] no México, “Que se vayan todos” [3] na Argentina, o “Sumak Kawsay” [4] nos países andinos e agora "Puerta del Sol" [5] na Espanha. Qual é o recado desses movimentos para o mundo da política?

Giuseppe Cocco – O recado desses movimentos é explícito: "que se vayan todos!'. Não acreditamos mais
as formas tradicionais de representação, partidárias e/ou sindicais. Contudo, trata-se de movimentos e fases diferentes. "Puerta del Sol" aprendeu muito com a Praça Tahrir [6], com as revoluções árabes do Egito, da Tunísia, da Síria e, nesse sentido, foi uma renovação para além das importantíssimas experiências que foram (e, por vezes, ainda são) o movimento neozapatista mexicano [7] da década de 1990 e a insurreição destituinte argentina do início dessa primeira década do novo milênio.

Um outro "recado" muito presente na atual situação de restauração reacionária no Ministério da Cultura – MinC do governo Dilma é que o trabalho das redes, a cultura digital que a Ministra Ana de Hollanda vê como um estorvo juvenil, constitui uma realidade social, econômica e política potentíssima. A base do movimento da multidão na Espanha é o movimento em rede de protesto contra Lei Sinde [8] de criminalização do trabalho colaborativo. O PT conseguiu colocar alguém muito ruim no MinC: passou-se a defender a cultura de "alta" (sic) qualidade, o artista "soberano" e uma estrutura legal e de fiscalização dos direitos autorais que levou, por exemplo, ao fechamento autoritário do estabelecimento de fotocópias (xerox) da Escola de Serviço Social da UFRJ (usadas pelos estudantes pobres). Não dá nem para acreditar. Ora, o movimento de contestação ao MinC tem como maior espaço e instrumentos as redes e é a base, por exemplo, da mobilização da Marcha Nacional pela Liberdade.

IHU On-Line – Como analisa o momento político em que esses movimentos se levantam na Europa e no norte da África?

Giuseppe Cocco – Poderíamos dar uma resposta poética e dizer que estamos diante de uma dinâmica do Sul, Sol, Sal. O Sal do Mediterrâneo e de suas revoluções árabes é a referência de Sol, a Puerta del Sol em direção à Europa e reverbera na América do Sul. Logo, aqui no Brasil onde a Marcha da Liberdade (que houve em São Paulo no dia 10 de junho e que está programada nacionalmente para 18 de junho) articula antropofagicamente com os movimentos libertários (a "marcha da maconha") e com a multidão nas praças espanholas, do movimento de 15 de maio (#15M).

O momento político é da multidão: entre os tumultos e processos de construção do comum. Por um lado, os tumultos democráticos:
em Roma, quando no dia 14 de dezembro de 2010 milhares de jovens tentaram assaltar o Parlamento depois do voto de confiança ao decadente sistema político institucional bem representado por Berlusconi;
em Paris, com as greves metropolitanas realizadas contra os cortes na previdência;
em Londres, nas manifestações estudantis contra a privatização do ensino superior;
no Brasil, com o motim dos 20 mil operários da barragem de Jirau, a greve de mais de 30 dias dos operários da Volks do Paraná, a heroica resistência dos moradores cariocas contra as remoções de favelas planejadas pela prefeitura do Rio de Janeiro e realizadas pela Secretaria Municipal de Habitação e o movimento sensacional de greve metropolitana dos bombeiros nesses mesmos dias de junho.

Por outro lado, a multidão do Egito, da Tunísia e da Espanha que consegue articular, na relação recíproca de redes e praças, as lutas destituintes com processos constituintes nos quais o "comum" (a relação entre redes e praças) aparece em espiral e como princípio e resultado ao mesmo tempo.

IHU On-Line – Quais as diferenças entre esses movimentos de hoje em relação àqueles das décadas de 1960 e 1970, seja na América Latina ou na Europa?

Giuseppe Cocco – Entre esses movimentos da segunda década do novo século e os do final dos 1960, início dos 1970, há muitas diferenças. Podemos apontar três que me parecem ser as mais importantes.

1) Em meados do século XX, o mundo era marcado pelas convulsões das guerras e revoluções e estava dividido em dois grandes polos imperialistas que funcionavam como modelo na luta social, política e ideológica que travavam entre si (no marco da "Guerra Fria") ou que os "povos" que lutavam pela descolonização tramavam com eles.

Se, por um lado, os movimentos de 1968 atravessam os muros dessa bipolaridade, indo de Paris para Praga e de Roma para Varsóvia, eles continuavam atravessados pelas clivagens ideológicas que encerravam nas escolhas estreitas entre "americanismo" e "sovietismo", entre capitalismo keynesiano e keynesianismo socialista. Havia sempre a ideia de que existia uma desconexão possível, um modelo para onde ir ou a ser adotado. As guerras neocoloniais que as decadentes potências europeias impunham aos povos do "terceiro mundo" (Coreia, Vietnã) extremavam essa polarização, obrigando-os a escolher entre o primeiro mundo (do imperialismo ocidental) e o segundo mundo (do socialismo real hegemonizado pela União Soviética).

Hoje, estamos em um mundo globalizado em que não há mais modelos alternativos. Fukuyama [9] dizia que isso significava o fim da história. Na realidade, estamos constatando que a história passou a se definir a partir das contradições que atravessam por dentro esse processo de unificação mundial dos mercados que é governado pela modulação da fragmentação e da heterogeneidade.

2) O movimento de Maio de 1968 constituiu-se no auge do longo período de crescimento conhecido como fordismo e, muitas vezes, é definido como os das "três décadas gloriosas". O movimento dos anos 1970, na junção das lutas dos novos sujeitos (estudantes, mulheres, minorias) com a recusa operária do trabalho taylorista, acabou tornando-se no maior determinante da crise do Estado do bem-estar social e das reestruturações que levou o mundo, no plano sociopolítico, à contrarrevolução neoliberal de 1980. Já no plano econômico-industrial, levou ao duplo processo de automação das grandes plantas industriais e à descentralização da produção, o processo que levará ao capitalismo global e financeirizado.

Os movimentos atuais são aqueles que explodiram com as revoluções árabes e passaram para as praças espanholas. Eles acontecem dentro da maior crise sistêmica da economia global, comparável àquela de 1929 e da qual tinha "nascido" a regulação keynesiano-fordista. Podemos dizer, portanto, quer os movimentos atuais estão numa crise de crescimento do regime de acumulação pós-industrial.

3) A composição de classe da década de 1970 ainda era marcada pela presença de um forte operariado industrial, embora a iniciativa de luta já tivesse se transferido para as figuras massificadas do cognitariado (os estudantes) e do trabalho reprodutivo (as feministas). Hoje, diante de uma composição sociológica do trabalho extremamente fragmentada e heterogênea, o novo ciclo de lutas indica uma composição geral do trabalho imaterial e cognitivo que constitui o elemento comum dentro das praças e das redes; não apenas da Espanha, mas também do Egito, da Tunísia, da Síria, do Brasil.

Esses movimentos indicam momentos potentíssimos de recomposição da multidão do trabalho imaterial. Nessas lutas, a fragmentação é transformada na cooperação entre singularidades. No fazer-se da multidão desenhado por essas lutas, o estado de exceção não é mais, de maneira nenhuma, aquele decretado pelo poder soberano, assim como diz a teologia política de Agamben [10]. O estado de exceção é a democracia dos muitos, a democracia radical que marcha na rua, nas assembleias e nas redes, na recusa da violência, que no caso árabe mostra uma incrível resistência ontológica mesmo diante da repressão mais brutal. A vida nua dos pobres (a multidão árabe, os precários espanhóis, os favelados cariocas, os índios do Xingu) aparece como potência de criação e não como suspensão da política. O pobre é o ponto de partida de uma libertação que volta a ser um começo e não um fim.


IHU On-Line – Qual é a relação possível desses movimentos da América Latina e da Europa com as revoltas democratizantes no mundo árabe?

Giuseppe Cocco – A relação já aparece na multiplicação das lutas aqui no Brasil e indica-nos que a governança da chamada "classe C" já está se esgotando. Não é uma nova camada de consumidores, mas uma nova composição do trabalho que está se constituindo. Só que esse trabalho é múltiplo: ele vai dos operários da Volks que lutam contra o rentismo do capital à luta aos camponeses pobres e os índios que se opõem ao código florestal, ao agronegócio e à construção do complexo hidrelétrico de Belo Monte, da luta dos bombeiros às resistência dos moradores do Rio de Janeiro. São todas lutas biopolíticas, biolutas. Ou seja, lutas que acontecem no terreno da bioprodução que mistura cultura e natureza, tempo de vida e tempo de trabalho.

IHU On-Line – Na Espanha, esses movimentos resultaram na eleição e no retorno da direita. Como o senhor vê isso?

Giuseppe Cocco – A vitória da direita na Espanha não é resultado dos movimentos, mas da crise e da gestão da crise pelos socialistas com base na chantagem e no poder das finanças globais. O que o movimento do #15M conseguiu fazer foi, ao contrário, o milagre de esvaziar o conteúdo dessa vitória eleitoral da direita e romper o impasse criado por uma esquerda que cessou de ser "esquerda". A vitória da direita sobre a esquerda institucional se tornou, mesmo antes de acontecer, algo de limitado, deslegitimado, paralisado.

IHU On-Line – Como podemos analisar os partidos de esquerda atuais?

Giuseppe Cocco – É evidente que, na crise, os partidos de esquerda estão cada vez mais perdendo fôlego, até o ponto de levar com eles a própria noção de "esquerda". Na Itália, por exemplo, apesar de uma direita grotesca, xenófoba e fascista, a esquerda tem praticamente desaparecido: a recente bela vitória de "esquerda" em Milão – com Pisapia [11] – se fez apesar do Partido Democrático e por meio da mobilização horizontal em torno de uma figura política independente oriunda das lutas dos anos 1970 (oriunda daquelas lutas que continham também o drama do Battisti).

Na Espanha, o Partido Socialista Operário Espanhol – PSOE desperdiçou um enorme capital herdado das mobilizações espontâneas que o levaram ao poder em 2004, aplicou as receitas neoliberais e, pior, as mesmas leis reacionárias de cerceamento da liberdade das redes (a Lei Sinde). Nos Estados Unidos, o próprio Obama já desperdiçou o capital de mobilização democrática que o levou ao poder e está segurando "pela direita": a guerra contra o terror. A mesma coisa aconteceu na Inglaterra, em Portugal e na Grécia.

Os governos progressistas da América do Sul não estão isentos desse processo. O pior caso é o da Venezuela e é curioso de constatar como um certo esquerdismo o tinha avaliado como o mais radical. Chávez está se mostrando ao contrário como a experiência mais limitada e autoritária, onde o autoritarismo e a fé no "estado" preenche o vazio de uma mobilização popular que nunca conseguiu afirmar sua autonomia diante da burguesia tradicional e agora da "boligurguesia" oriunda do Exército.

Na Bolívia de Evo acontece o mesmo. O gasolinaço rompeu a relação entre o governo e os movimentos, a começar por sua base mais organizada, a grande favela indígena de El Alto. As ambiguidades ricas do processo constituinte, entre nacionalismo econômico e plur-nacionalismo cultural, estão se esgotando. O Brasil de Lula apareceu, com toda sua moderação, como a experiência mais rica e aberta ao terreno da constituição democrática. Os primeiros meses do governo Dilma também indicam a mesma direção, mas com uma série de sinais preocupantes, de fechamento e redução. Não se trata de algo que depende apenas da presidenta, mas também do esgotamento dos sinais já presentes no governo anterior.

Por um lado, a macroeconomia aparece sempre presa de sua armadilha letal, entre inflação dos preços e inflação dos juros. Pelo outro lado, o governo parece querer resolver as "ambiguidades e brechas" que caracterizam uma série de políticas públicas como inovadoras na pior direção. Em termos gerais, em vez de apostar na mobilização social, parece acreditar nas técnicas de "gestão". De maneira mais específica: o Bolsa Família, ao invés de amadurecer em direção a uma política de renda mínima universal assume cada vez mais a tonalidade de uma política social-liberal de erradicação da extrema pobreza assumida como fenômeno "multidimensional" e, ao mesmo tempo, separado do outro fenômeno correlato que é a concentração de riqueza nas mãos dos ricos.

As políticas culturais extremamente inovadoras são destruídas em nome de uma incrível restauração reacionária e inculta (o que não deixa de ser um paradoxo irônico) de um conceito de "alta" cultura. De uma maneira, reafirma-se grotescamente a lógica proprietária (copyright) e, no entanto, também reduzem-se as políticas públicas ao acesso. Um ministério ocupado por "incultos" quer levar a "alta" cultura aos pobres que sua indigência política e teórica lhe faz supor que são "incultos". Pior, a inovação de pensar as dimensões culturais da economia (e do valor) é eliminada e rearticulada pelo avesso, com a importação fora de época do modelo britânico das economias criativas, para voltar a pensar a cultura desde o ponto de vista econômico. O Programa Cultura Viva se torna a morte da cultura, pois os pontos de cultura serão assim padronizados até virar algo como "telecursos" e a maior parte do orçamento do MinC irá para construir "pracinhas" culturais pré-moldadas (para os pobres).

No meio disso, o PT participa como é o caso do Rio de Janeiro de alianças com o PMDB em governos locais abertamente reacionários. Assim, no momento que o PT e o governo precisassem chamar para uma mobilização social que lhe proporcionasse mais força diante das pressões e chantagens do PMDB sobre a governabilidade nacional (vide o caso Palocci), a ligação com os jovens e com as redes já estaria perdida. Além disso, o PT do RJ está envolvido em políticas reacionárias de remoções de favelas ao passo que o governador do estado, feito um Imperador de Operetta, usa a prisão para reprimir a plebe amotinada dos bombeiros. Portanto, o PT se tornou um conjunto de mandatos, burocratizados e unicamente preocupados em sua reprodução econômica. A sorte é que há algumas realidades onde isso ainda não aconteceu nesses mesmos termos, como é o feliz caso do Rio Grande do Sul.

A reafirmação da "esquerda" está, pois, nas mãos dos movimentos sociais e depende da capacidade que eles terão de atravessar os partidos. Parece-me evidente, porém, que os movimentos não cabem mais na atual forma (a de partido) e teremos que reinventá-la. Como? Ainda não sabemos, mas não é a reforma política que resolverá. A solução não é um "outro" partido "mais puro". Mas uma outra dinâmica, na qual a representação seja, ao mesmo tempo, reinventada e subordinada a novos processos participativos. Por exemplo, no Rio de Janeiro, os melhores mandatos (independentemente dos partidos) deveriam coalizar-se a partir de uma nova métrica, aquela das lutas, da biolutas.

Notas:

[1] Desde maio de 2006, o povo do estado de Oaxaca, México, vive dias de insurreição e organização popular por melhores condições sociais. Em contrapartida, também é o cenário de um estado de violência e repressão política, que já resultou em muitos feridos e mortos. O início deste processo data de 22 de maio, durante manifestações de professores que exigiam aumentos salariais e melhores condições de ensino, entre elas uma marcha de 70 mil pessoas. Em resposta à reivindicação da categoria, o governador Ulises Ruiz Ortiz adotou a tática da repressão contra os professores. No dia 14 de junho, a polícia desempenhou uma ação contra os manifestantes que acampavam no centro da cidade de Oaxaca. A ação policial causou indignação no povo de Oaxaca. Camponeses, indígenas e diversos outros setores da sociedade aderiram aos protestos. A partir daí, foi formada a Assembleia Popular dos Povos de Oaxaca APPO que reivindica que Oxaca seja gerida pelo próprio povo, através de assembleias populares.

[2] Em agosto de 2003 foram inaugurados no México “los Caracoles” que representam a territorialidade dos povos indígenas de Chiapas, sob a bandeira do Exército Zapatista de Libertação Nacional em prol de suas autonomias. São considerados agrupamentos solidários de municípios autônomos, sem o abrigo dos marcos legais mexicanos. Por isso, são considerados instituições paralelas, também chamados de “municípios autônomos rebelados”.

[3] O movimento "Que se vayan todos" começou com a crise econômica argentina que afetou a economia do país durante a década de 1990 e início da década de 2000. As manifestações em devorrência do problema financeiro inauguraram um novo ciclo político e de lutas na história do país.

[4] O Sumak Kawsay, ou Bem-Viver, para os índios andinos, é a expressão de uma retomada de um horizonte de vida almejado por esses povos há milhares de anos. O movimento não contou com nenhum tipo de organização a priori, nem com a participação dos atores políticos tradicionais. Não houve autor nem promotor, mas sim uma multitudinária, aberta, desorganizada e espontânea presença de sujeitos "desobedientes" manifestando seu direito de resistir.

[5] Puerta del Sol é um dos locais mais famosos e concorridos da cidade espanhola de Madrid. Desde o dia 15 de maio, jovens universitários espanhóis se reunem nessa praça, organizados via redes sociais, para contestar as dificuldades que a crise econômica trouxe ao país, como desemprego e baixos salários. As manifestações começaram no dia 15 de maio e até hoje alguns manifestantes seguem acampados na praça. As manifestações estão sendo chamadas de Revolução Espanhola e converteram os protesto de maio de 2011 e a Praça Puerta del Sol num símbolo de luta por mudanças políticas e sociais no país.

[6] Praça Tahrir (Praça da libertação) é a maior praça pública no centro de Cairo, Egito. A Praça Tahrir foi local de diversos protestos ao longo dos anos, como as Revoltas do Pão em 1977 e os protestos em março de 2003 contra a Guerra do Iraque. Em janeiro de 2011, a Praça Tahrir foi o ponto focal da revolta contra o presidente egípcio Hosni Mubarak. Cerca de 15 mil pessoas tomaram o local e estima-se que em torno de 250 mil pessoas tenham participado das manifestações no dia 31 de janeiro. No dia 1º de fevereiro foi convocada uma "Marcha de um Milhão" para ocupar a praça Tahrir. A rede de TV Al Jazeera estima que mais de 2 milhões de pessoas estavam na praça no início das manifestações.

Em 11 de fevereiro de 2011, depois de 30 anos, Hosni Mubarak renuncia ao poder. A Praça Tahrir, palco das manifestações que ensejaram a queda da governo, vira cenário em que milhares de egípcios comemoram o desfecho da revolta.

[7] O movimento neozapatista trata-se de um grupo de indígenas do sul do México que têm apoio de diversos intelectuais e que apareceu ao se rebelar contra os acordos do Nafta que prejudicaria muito os pequenos camponses e índios. Tudo começou no estado sulista de Chiapas em 2004. São representados pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional EZLN.

[8] Lei Sinde é considerada à similar à Lei Hadopi francesa que visa desconectar da internet quem fizer downloads ilegais. A lei ainda pretende fechar sítios de download de conteúdos ilegais protegidos por direitos autorais. A nova lei inclui a criação da Comissão de Propriedade Intelectual que será a responsável por examinar as denúncias contra páginas na internet. O Congresso espanhol aprovou esta lei no dia 15 de fevereiro deste ano.

[9] Yoshihiro Francis Fukuyama é um filósofo e economista político nipo-estadunidense. Figura-chave e um dos ideólogos do governo Reagan, Fukuyama é uma importante figura do neoconservadorismo.

[10] Giorgio Agamben um filósofo italiano, autor de várias obras que percorrem temas que vão da estética à política. Seus trabalhos mais conhecidos incluem sua investigação sobre os conceitos de estado de exceção e homo sacer. Responsável pela edição italiana das obras completas de Walter Benjamin, ex-aluno de Heidegger e autor, juntamente com Deleuze, de trabalhos sobre teoria literária e filosofia, sua contribuição para o pensamento político tem-se revelado muito significativa, sobretudo no âmbito da reflexão biopolítica.

[11] Giuliano Pisapia é advogado e político italiano. Foi eleito prefeito de Milão em junho de 2011. Era o candidato de centro-esquerda e sua eleição representou uma derrota para a direita italiana, uma vez que a cidade é a capital econômica da Itália e reduto eleitoral de Silvio Berlusconi.

Para ler mais:

O Complexo do Alemão e as mudanças na relação entre capitalismo mafioso e capitalismo ''cognitivo''. Entrevista especial com Giuseppe Cocco

Tahrir no Cairo, Del Sol em Madri. A primavera e o Outono

11 de outubro de 2011

Occupy Wall Street Emerges as "First Populist Movement" on the Left Since the 1930s



As the "Occupy" movement expands from the "Occupy Wall Street" protest in New York City throughout the United States, we look at its historical significance. "This is an incredibly significant moment in U.S. history," says Dorian Warren of Columbia University. "It might be a turning point, because this is the first time we’ve seen an emergence of a populist movement on the left since the 1930s." We also speak to Firedoglake blogger Kevin Gosztola, who has been reporting from the occupations in Chicago, Philadelphia and Washington, D.C.

Guests:
Kevin Gosztola, independent journalist who writes for a blog called "The Dissenter" at the Firedoglake website. He has covered the Occupy Philly, DC and Chicago movements and has been blogging about Occupy Wall Street since it began.
Dorian Warren, assistant professor of political science and public affairs at Columbia University and a fellow at the Roosevelt Institute.

http://www.democracynow.org/2011/10/10/occupy_wall_street_emerges_as_first

Sign Language - Linguagem de Sinais

Sign Language from socially_awkwrd on Vimeo.



http://occupywallst.org/article/sign-language/

Liberty Plaza had a visit of Slavoj Zizek

Slavoj Zizek at Wall Street from David Colmenares on Vimeo.



Transcripts
Part One

…2008 financial crash more hard earned private property was destroyed than if all of us here were to be destroying it night and day for weeks. They tell you we are dreamers. The true dreamers are those who think things can go on indefinitely the way they are. We are not dreamers. We are awakening from a dream which is tuning into a nightmare. We are not destroying anything. We are only witnessing how the system is destroying itself. We all know the classic scenes from cartoons. The cart reaches a precipice. But it goes on walking. Ignoring the fact that there is nothing beneath. Only when it looks down and notices it, it falls down. This is what we are doing here. We are telling the guys there on Wall Street – Hey, look down! (cheering).

In April 2011, the Chinese government prohibited on TV and films and in novels all stories that contain alternate reality or time travel. This is a good sign for China. It means that people still dream about alternatives, so you have to prohibit this dream. Here we don’t think of prohibition. Because the ruling system has even suppressed our capacity to dream. Look at the movies that we see all the time. It’s easy to imagine the end of the world. An asteroid destroying all life and so on. But you cannot imagine the end of capitalism. So what are we doing here? Let me tell you a wonderful old joke from communist times.

A guy was sent from East Germany to work in Siberia. He knew his mail would be read by censors. So he told his friends: Let’s establish a code. If the letter you get from me is written in blue ink ,it is true what I said. If it is written in red ink, it is false. After a month his friends get a first letter. Everything is in blue. It says, this letter: everything is wonderful here. Stores are full of good food. Movie theaters show good films from the West. Apartments are large and luxurious. The only thing you cannot buy is red ink.

This is how we live. We have all the freedoms we want. But what we are missing is red ink. The language to articulate our non-freedom. The way we are taught to speak about freedom war and terrorism and so on falsifies freedom. And this is what you are doing here: You are giving all of us red ink.

There is a danger. Don’t fall in love with yourselves. We have a nice time here. But remember: carnivals come cheap. What matters is the day after. When we will have to return to normal life. Will there be any changes then. I don’t want you to remember these days, you know, like - oh, we were young, it was beautiful. Remember that our basic message is: We are allowed to think about alternatives. The rule is broken. We do not live in the best possible world. But there is a long road ahead. There are truly difficult questions that confront us. We know what we do not want. But what do we want? What social organization can replace capitalism? What type of new leaders do we want?

Remember: the problem is not corruption or greed. The problem is the system that pushes you to give up. Beware not only of the enemies. But also of false friends who are already working to dilute this process. In the same way you get coffee without caffeine, beer without alcohol, ice cream without fat. They will try to make this into a harmless moral protest. They think (??? unintelligible). But the reason we are here is that we have enough of the world where to recycle coke cans…
Part Two

….Starbucks cappuccino. Where 1% goes to the world’s starving children. It is enough to make us feel good. After outsourcing work and torture. After the marriage agencies are now outsourcing even our love life, daily.

Mic check

We can see that for a long time we allowed our political engagement also to be outsourced. We want it back. We are not communists. If communism means the system which collapsed in 1990, remember that today those communists are the most efficient ruthless capitalists. In China today we have capitalism which is even more dynamic than your American capitalism but doesn’t need democracy. Which means when you criticize capitalism, don’t allow yourselves to be blackmailed that you are against democracy. The marriage between democracy and capitalism is over.

The change is possible. So, what do we consider today possible? Just follow the media. On the one hand in technology and sexuality everything seems to be possible. You can travel to the moon. You can become immortal by biogenetics. You can have sex with animals or whatever. But look at the fields of society and economy. There almost everything is considered impossible. You want to raise taxes a little bit for the rich, they tell you it’s impossible, we lose competitivitiy. You want more money for healthcare: they tell you impossible, this means a totalitarian state. There is something wrong in the world where you are promised to be immortal but cannot spend a little bit more for health care. Maybe that ??? set our priorities straight here. We don’t want higher standards of living. We want better standards of living. The only sense in which we are communists is that we care for the commons. The commons of nature. The commons of what is privatized by intellectual property. The commons of biogenetics. For this and only for this we should fight.

Communism failed absolutely. But the problems of the commons are here. They are telling you we are not Americans here. But the conservative fundamentalists who claim they are really American have to be reminded of something. What is Christianity? It’s the Holy Spirit. What’s the Holy Spirit? It’s an egalitarian community of believers who are linked by love for each other. And who only have their own freedom and responsibility to do it. In this sense the Holy Spirit is here now. And down there on Wall Street there are pagans who are worshipping blasphemous idols. So all we need is patience. The only thing I’m afraid of is that we will someday just go home and then we will meet once a year, drinking beer, and nostalgically remembering what a nice time we had here. Promise ourselves that this will not be the case.

We know that people often desire something but do not really want it. Don’t be afraid to really want what you desire. Thank you very much!
Last Note

This is only a part of the entire speech he gave today, and if it was recorded in its entirety we'd be very glad to have a copy for transcription purposes.

http://occupywallst.org/article/today-liberty-plaza-had-visit-slavoj-zizek/

Durante o crash financeiro de 2008, foi destruída mais propriedade privada, ganha com dificuldades, do que se todos nós aqui estivéssemos a destruí-la dia e noite durante semanas. Dizem que somos sonhadores, mas os verdadeiros sonhadores são aqueles que pensam que as coisas podem continuar indefinidamente da mesma forma.

Não somos sonhadores. Somos o despertar de um sonho que está se transformando num pesadelo. Não estamos destruindo coisa alguma. Estamos apenas testemunhando como o sistema está se autodestruindo.

Todos conhecemos a cena clássica do desenho animado: o coiote chega à beira do precipício, e continua a andar, ignorando o fato de que não há nada por baixo dele. Somente quando olha para baixo e toma consciência de que não há nada, cai. É isto que estamos fazendo aqui.

Estamos a dizer aos rapazes de Wall Street: “hey, olhem para baixo!”

Em abril de 2011, o governo chinês proibiu, na TV, nos filmes e em romances, todas as histórias que falassem em realidade alternativa ou viagens no tempo. É um bom sinal para a China. Significa que as pessoas ainda sonham com alternativas, e por isso é preciso proibir este sonho. Aqui, não pensamos em proibições. Porque o sistema dominante tem oprimido até a nossa capacidade de sonhar.

Vejam os filmes a que assistimos o tempo todo. É fácil imaginar o fim do mundo, um asteróide destruir toda a vida e assim por diante. Mas não se pode imaginar o fim do capitalismo. O que estamos, então, a fazer aqui?

Deixem-me contar uma piada maravilhosa dos velhos tempos comunistas. Um fulano da Alemanha Oriental foi mandado para trabalhar na Sibéria. Ele sabia que o seu correio seria lido pelos censores, por isso disse aos amigos: “Vamos estabelecer um código. Se receberem uma carta minha escrita em tinta azul, será verdade o que estiver escrito; se estiver escrita em tinta vermelha, será falso”. Passado um mês, os amigos recebem uma primeira carta toda escrita em tinta azul. Dizia: “Tudo é maravilhoso aqui, as lojas estão cheias de boa comida, os cinemas exibem bons filmes do ocidente, os apartamentos são grandes e luxuosos, a única coisa que não se consegue comprar é tinta vermelha.”

É assim que vivemos – temos todas as liberdades que queremos, mas falta-nos a tinta vermelha, a linguagem para articular a nossa ausência de liberdade. A forma como nos ensinam a falar sobre a guerra, a liberdade, o terrorismo e assim por diante, falsifica a liberdade. E é isso que estamos a fazer aqui: dando tinta vermelha a todos nós.

Existe um perigo. Não nos apaixonemos por nós mesmos. É bom estar aqui, mas lembrem-se, os carnavais são baratos. O que importa é o dia seguinte, quando voltamos à vida normal. Haverá então novas oportunidades? Não quero que se lembrem destes dias assim: “Meu deus, como éramos jovens e foi lindo”.

Lembrem-se que a nossa mensagem principal é: temos de pensar em alternativas. A regra quebrou-se. Não vivemos no melhor mundo possível, mas há um longo caminho pela frente – estamos confrontados com questões realmente difíceis. Sabemos o que não queremos. Mas o que queremos? Que organização social pode substituir o capitalismo? Que tipo de novos líderes queremos?

Lembrem-se, o problema não é a corrupção ou a ganância, o problema é o sistema. Tenham cuidado, não só com os inimigos, mas também com os falsos amigos que já estão trabalhando para diluir este processo, do mesmo modo que quando se toma café sem cafeína, cerveja sem álcool, sorvete sem gordura.

Vão tentar transformar isso num protesto moral sem coração, um processo descafeinado. Mas o motivo de estarmos aqui é que já estamos fartos de um mundo onde se reciclam latas de coca-cola ou se toma um cappuccino italiano no Starbucks, para depois dar 1% às crianças que passam fome e fazer-nos sentir bem com isso. Depois de fazer outsourcing ao trabalho e à tortura, depois de as agências matrimoniais fazerem outsourcing da nossa vida amorosa, permitimos que até o nosso envolvimento político seja alvo de outsourcing. Queremos ele de volta.

Não somos comunistas, se o comunismo significa o sistema que entrou em colapso em 1990. Lembrem-se que hoje os comunistas são os capitalistas mais eficientes e implacáveis. Na China de hoje, temos um capitalismo que é ainda mais dinâmico do que o vosso capitalismo americano. Mas ele não precisa de democracia. O que significa que, quando criticarem o capitalismo, não se deixem chantagear pelos que vos acusam de ser contra a democracia. O casamento entre a democracia e o capitalismo acabou.

A mudança é possível. O que é que consideramos possível hoje? Basta seguir os meios de comunicação. Por um lado, na tecnologia e na sexualidade tudo parece ser possível. É possível viajar para a lua, tornar-se imortal através da biogenética. Pode-se ter sexo com animais ou qualquer outra coisa. Mas olhem para os terrenos da sociedade e da economia. Nestes, quase tudo é considerado impossível. Querem aumentar um pouco os impostos aos ricos? Eles dizem que é impossível. Perdemos competitividade. Querem mais dinheiro para a saúde? Eles dizem que é impossível, isso significaria um Estado totalitário. Algo tem de estar errado num mundo onde vos prometem ser imortais, mas em que não se pode gastar um pouco mais com cuidados de saúde.

Talvez devêssemos definir as nossas prioridades nesta questão. Não queremos um padrão de vida mais alto – queremos um melhor padrão de vida. O único sentido em que somos comunistas é que nos preocupamos com os bens comuns. Os bens comuns da natureza, os bens comuns do que é privatizado pela propriedade intelectual, os bens comuns da biogenética. Por isto e só por isto devemos lutar.

O comunismo falhou totalmente, mas o problema dos bens comuns permanece. Eles dizem-nos que não somos americanos, mas temos de lembrar uma coisa aos fundamentalistas conservadores, que afirmam que eles é que são realmente americanos. O que é o cristianismo? É o Espírito Santo. O que é o Espírito Santo? É uma comunidade igualitária de crentes que estão ligados pelo amor um pelo outro, e que só têm a sua própria liberdade e responsabilidade para este amor. Neste sentido, o Espírito Santo está aqui, agora, e lá em Wall Street estão os pagãos que adoram ídolos blasfemos.

Por isso, do que precisamos é de paciência. A única coisa que eu temo é que algum dia vamos todos voltar para casa, e vamos voltar a encontrar-nos uma vez por ano, para beber cerveja e recordar nostalgicamente como foi bom o tempo que passámos aqui. Prometam que não vai ser assim. Sabem que muitas vezes as pessoas desejam uma coisa, mas realmente não a querem. Não tenham medo de realmente querer o que desejam. Muito obrigado

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18669

7 de outubro de 2011

Naomi Klein: Protesters Are Seeking Change in the Streets Because It Won’t Come From the Ballot Box



Among the thousands at last night’s Occupy Wall Street protest here in New York City was award-winning journalist and author Naomi Klein. She is the author of the bestselling book, "The Shock Doctrine: The Rise of Disaster Capitalism.” She also wrote "No Logo," a book that has become a cultural manifesto for critics of unfettered capitalism worldwide. Klein joins us to discuss the Occupy Wall Street movement and why it is being belittled in the corporate media. “My biggest fear was that the Obama presidency was was going to lead this generation of young people into political cynicism and political apathy,” Klein says. “But instead, they are going to where the power is. They are realizing the change is not coming in Washington because politicians are so controlled by corporate interest, and that that is the fundamental crisis in this country.”


http://www.democracynow.org/2011/10/6/naomi_klein_protesters_are_seeking_change

Decrying Debt and Budget Cuts, Students Stage Walk-Out to Join Growing Occupy Wall Street Movement





Students made up a large contingent of Wednesday’s march in support of Occupy Wall Street. A national day of student walk-outs was held to protest budget cuts and to show support for Occupy Wall Street. According to the website OccupyColleges.org, walkouts occurred at 75 schools across the nation including many in New York City. Democracy Now! met up with several students who walked out of classes at the City University of New York, the New School and New York University to attend Wednesday’s march in Lower Manhattan. “I think a lot of students are in the direct lines of sing on this economic crisis is selling people a terrible bill of goods.People got the impression that they are able go to school and have a well paying job, some semblance of security and inclusion in a professional, responsible life,” one of the students says. “We what have seen a lot with students across the sea in Europe and students in Puerto Rico and Chile is that this is really a mirage.”



http://www.democracynow.org/2011/10/6/decrying_debt_and_budget_cuts_students