Retirado da Cúpula dos Povos
Os movimentos sociais e organizações da sociedade civil que subscrevem o
presente Manifesto expressam sua indignação pelo brutal assassinato dos
pescadores artesanais Almir Nogueira de Amorime João
Luiz Telles Penetra (Pituca), membros da Associação
Homens e Mulheres do Mar (AHOMAR), da Baía de Guanabara. Exigimos que o Estado
do Rio de Janeiro e o Estado Brasileiro tomem as providências imediatas para
investigar os fatos, proteger e garantir a vida dos pescadores artesanais
ameaçados.
Almir e Pituca eram lideranças da AHOMAR, organização de pescadores
artesanais que luta contra os impactos socioambientais gerados por grandes
empreendimentos econômicos que inviabilizam a pesca artesanal na Baía de
Guanabara. Ambos desapareceram na sexta-feira, dia 22 de junho de 2012, quando
saíram para pescar. O corpo do Almir foi encontrado no domingo, dia 24 de junho,
amarrado junto ao barco que estava submerso próximo à praia de São Lourenço, em
Magé, Rio de Janeiro. O corpo de João Luiz Telles (Pituca) foi encontrado na
segunda-feira, dia 25 de junho, com pés e mãos amarrados e em posição fetal,
próximo à praia de São Gonçalo, Rio de Janeiro.
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A Caverna
Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes
Jean Louis Battre, 2010
Jean Louis Battre, 2010
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