A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

29 de abril de 2014

Lamento para Manhã

 Lamento para Manhã 

 

o trabalho transforma o homem em parasita social

AH rimbaud !

eu era jovem demais & sua magia me abraçou com o nascimento do trabalho novo - a nova consciência!
e daqui do meu balcão vejo o homem pior do que ele deve ser
daqui do meu balcão penso em kropotikin sem esperança
até porque,o que deve ser feito- o que ?! sou alguém que ama imagens
como um louco um santo um surto vejo o milagre da multiplicação & vejo qualquer cristo como um grande revolucionário

milagre à utopia
que se foda a utopia
sigo focando o milagre !

4 comentários:


Mr. Ezra Pound disse...
Just a Cânon... Here we have many cânons oh the canôns firing throught the valley the canon oh my groupo of canons with you, i would destroy any city in the whole wooooorrrrrrld!!!!
T.S. Eliot disse...
oh oh oh oh oh oh uou It was March i was walking down the streets when i saw the cânon he was walking throught the corner like the bictches from the biblian Babel oh man he looked like a bitch but.. he was shining niggaaa i can't imagine the cânon smashing against the cops struggling the firecorps oh man... he was the Cânon
Dr. Gustavo Sampaio disse...
Tu é daonde rapá?????
Anônimo disse...
les nouveaux canonics sont arrivé! if you'd like, come along, dancer! les nouveaux temps sont arrivé! eles vêm em bando, cabrón! écoute le chanson, the river! la plus belle musique is our heart beat! besides the firecrafts and les explosions, los estampidos de nuestro corazón! - orchestra of the Canon

25 de abril de 2014

COCKTAIL PARTY

Não tenho vergonha de dizer que estou triste,
Não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas:
Estou triste por que vocês são burros e feios
E não morrem nunca…
Minha alma assenta-se no cordão da calçada
E chora,
Olhando as poças barrentas que a chuva deixou.
Eu sigo adiante. Misturo-me a vocês. Acho vocês uns amores.
Na minha cara há um vasto sorriso pintado a vermelhão.
E trocamos brindes,
Acreditamos em tudo o que vem nos jornais.
Somos democratas e escravocratas.
Nossas almas? Sei lá!
Mas como são belos os filmes coloridos!
(Ainda mais os de assuntos bíblicos…)
Desce o crepúsculo
E, quando a primeira estrelinha ia refletir-se em todas as poças
d’água,
Acenderam-se de súbito os postes de iluminação!

Mário Quintana

22 de abril de 2014

14 de abril de 2014

Estar Estando

A impressão de estar, o lento
espanto que se repete. Aqui e onde, eis como
povôo ao mesmo tempo dois espaços
ou, mais que isso, passo a noite inteira
vivendo as sensações de um fragmento
que me é próprio, ou é-me o corpo todo,
e de repente vai sem deixar marca
entre o que foi e o há de ser. Deslizo
nessa fronteira vã que não separa
nada e ninguém, passado nem presente, simples
e uniforme
faixa de areia da qual jorram palavras,
visões, retratos, intenções. É sempre agora
e nunca, sempre sono e manhã, sempre uma coisa
que num jogo dual se nulifica
para sobrar de nós sempre esse caldo
de frustração e medo -  ou de esperança.

Leonardo Fróes