Tenho como hábito sublinhar palavras
Como quem traça rotas de fuga
No labirinto dos livros
Produzindo no silêncio de suas páginas
Um poema implícito
Perdido naquilo que está inscrito no escrito das coisas
Como se o poema fosse um espelho de silêncios
Eco quase inaudível
Ou animal selvagem
Aprisionado no fundo de uma trama
No centro de um labirinto
Como se os livros fossem uma espécie de oceano
Cheio de possibilidades em aberto
Pois quem escreve uma história deixa de escrever infinitas outras
Sempre deixando no seu rastro
Os vestígios de um naufrágio
Salvador Passos