Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes
Interessante notar o paralelo entre as ocupações em São Paulo e
movimento Es.Col.A. (Espaço Coletivo Autogestionado) da Fontinha em
Portugal (Porto).
Segue link para documentário feito pelos membros do coletivo que
ocupou a Escola da Fontinha, o coletivo recebeu apoio da comunidade
local, mas em nome de um projeto de corte de gastos públicos acabou
sendo despejado.
Cabe destacar que o movimento Es.Col.A. da Fontinha começa mais ou
menos no mesmo período em que ocorrem as manifestações da Primavera
Árabe e os movimentos de Ocupa na Espanha e Occupy Wall Street em NY.
Vale lembrar que na Espanha o Ocupa contribuiu para o fim do chamado
bipartidarismo Espanhol dando o ponta pé inicial para o PODEMOS.
Com base neste paralelo podemos imaginar que o movimento horizontal
dos estudantes de São Paulo pode ser um sinal de que algo novo pode
surgir das cinzas da atual crise política de nossos partidos.
Segue alguns links sobre o movimento Es.Col.A. da Fontinha
O Blog do coletivo pode ser um interessante material para entender a
lógica e os desafios destes movimentos horizontais que ganham força no
bojo da crise da democracia representativa (capturada pelas corporações)
e pela crise do sistema de financiamento de campanhas políticas mundo
afora (e não apenas no Brasil). O movimento deixa evidente o desejo pela
democracia direta que se manifesta no seio de movimentos horizontais e
se materializa na lógica da autogestão.
Esta mañana (19-04-2012), sobre las 11'00 am (las 12'00 pm en el Estado
Español), ha sido desalojada la Es.col.a (Espaço Coletivo
Autogestionado) do Alto da Fontinha. Según nos cuentan las personas
involucradas en el proyecto, la policía literalmente ha tomado las
calles colindantes a la vieja escuela, y ha entrado con mucha violencia
al espacio, y sin ninguna orden de desalojo. Hay al menos cinco personas
heridas y dos detenidos. La policía, encapuchada, ha empleado tásers
para disolver a las muchas personas que se han reunido para mostrar su
apoyo a lxs vecinxs y activistas que okupaban y daban vida a este
espacio. Después de ser disueltos, y con un barrio aún policialmente
ocupado, un grupo de 60 personas ha seguido concentrándose por
diferentes calles y plazas, en modo de sentada de protesta, que también
ha sido dispersada por la policía, en un nuevo alarde de "aquí mando
yo".
Hace unas horas, 150 personas se han congregado en el barrio
en una asamblea popular para analizar lo sucedido y decidir qué hacer a
partir de ahora. De ahí, han salido para la Comisaría de Policía, donde
en este momento están haciendo una manifestación de apoyo a lxs
detenidxs (de los que se teme tengan graves lesiones), con intención de
continuar hasta el Ayuntamiento (el "propietario legal" del inmueble).
Mientras tanto, la policía sigue custodiando el edificio, que en este
momento está siendo tapiado y su tejado destruído, para que no pueda ser
utilizado nunca más por nadie.
A Es.Col.A do Alto da Fontinha
era un precioso experimento de esos que no abundan. Un espacio en el
corazón de un barrio increíblemente empobrecido, donde vecinxs "de toda
la vida" y activistas trabajaban juntxs para crear un barrio autónomo y
consciente. Con los retos que ello supone. Cada día, decenas de niñxs y
adultxs acudían al espacio, para jugar, aprender y participar en charlas
y talleres que se desarrollaban a diario. La mezcla de edades era
hermosa.
El movimiento autónomo de Oporto tiene mucha actividad
en esta zona de la ciudad, donde además de este Espaço Coletivo
Autogestionado, existen otros proyectos como Casa Viva (un centro social
de teoría y práctica de alternativas al capitalismo) y Orta das Musas
(un vasto terreno, como un pueblito en miniatura, abandonado en medio
del barrio, que se utiliza como huertas colectivas y espacio de recreo).
Oporto es para muchxs de nosotrxs una ciudad desconocida, y su
movimiento rebelde es muy activo e inspirador. En ella, al menos el 40%
de los inmuebles están vacíos y en un estado de abandono desolador. Es
frecuente ver casas preciosas abocadas a un estado de ruina, mientras
que otras familias tienen que dormir en la calle y no hay espacios donde
reunirse.
En este caso, el edificio de A Escola llevaba 5 años
abandonado y fue okupado hace uno por activistas, con la intención de
crear un espacio de encuentro y trabajo con la gente del barrio de Alto
da Fontinha, una zona de la ciudad olvidada y sin absolutamente ningún
recurso institucional.
Hace unos meses hubo un primer desalojo
del inmueble, en el que tres personas resistieron en lo alto del tejado y
fueron desalojados de allí por la policía sin las más mínimas
condiciones de seguridad (se les ató una soga al cuerpo y fueron
bajados, a pulso, por un agente). Luego, el inmueble fue okupado a los
pocos días, y ha permanecido en uso hasta hoy.
Desde hace
semanas, se esperaba la llegada de policía en un dispositivo de
desalojo, para lo cuál, se había preparado el edificio con barricadas, y
diversos trabajos de seguridad, en los que han participado la gente del
espacio, así como muchas personas solidarias que han ido llegando para
prestar su apoyo, desde muchas partes de Portugal y el mundo. La
Es.Col.A se preparaba para el desalojo el día 12 de Abril, convocando
grupos de apoyo y barricadas fuera del edificio, así como otrxs adentro,
esperando encerrarse y resistir. La Policía, entonces, finalmente no
llegó (algunas patrullas merodearon el barrio).
Si quieres saber
más, puedes consultar el blog de Es.Col.A do Alto da Fontinha (hay un
video muy bueno en uno de los posts recientes)
Carta aberta às associações e organizações não governamentais sobre a “Loja Social”, a CMP e o Es.Col.A da Fontinha
Car@s amig@s
Como sabem, desde há um ano que um coletivo de pessoas dinamiza um
projeto num antiga escola abandonada pela autarquia, no bairro da
Fontinha, no centro da cidade do Porto. Restituindo à população esse
espaço e proporcionando um conjunto de atividades culturais, sociais e
educativas, o Es.Col.A – espaço coletivo autogestionado do Alto da
Fontinha – tem tido um amplo apoio popular não apenas dos vizinhos do
bairro mas do conjunto da cidade. Apesar disso, o executivo da Câmara
Municipal tem rejeitado que aquele espaço possa ser utilizado para este
fim, recorrendo à polícia para despejar o projeto.
Uma vez que a Câmara Municipal não tem, de momento, nenhum projeto para
aquela escola, o que torna todas as ações de despejo ainda mais injustas
e absurdas aos olhos da população (mostrando que a Câmara prefere um
espaço emparedado e vandalizado a um espaço cuidado e em utilização
social), o Executivo está neste momento a tentar fabricar um projeto que
possa servir como legitimação da decisão política de destruir o
Es.Col.A.
Assim, e sabendo o Es.Col.A que a CMP tem contactado várias associações
para integrarem uma “Loja Social” num espaço camarário a nascer na mesma
zona onde se situa o nosso projeto, vimos através desta carta apelar à
vossa solidariedade e civismo neste momento decisivo. O que vos pedimos é
simples: que em qualquer contacto com a Câmara tornem explícito que só
aceitam integrar esse projeto no caso de ele não ter lugar na Es.Col.A
da Fontinha, pois isso seria uma forma do executivo instrumentalizar
politicamente a vossa associação e o seu trabalho, utilizando-vos como
armas de arremesso na tentativa de destruição de um projeto que já aqui
existe e que tem apoio popular no bairro e na cidade.
A promessa de suspensão do despejo do Es.Col.A revelou-se um logro. Politicamente forçada a dialogar com os ocupantes da antiga Escola Primária do Alto da Fontinha, a Câmara Municipal do Porto (CMP) mais não queria do que anunciar que o despejo se mantinha, embora adiado. Em reunião com dois delegados da Assembleia do Es.Col.A, os representantes da câmara exigiram que o projecto assinasse a sua sentença de morte, traduzida num contrato de aluguer com fim em Junho. A continuidade imediata do Es.Col.a dependeria da assinatura desse papel.
Recapitulando: a 10 de Abril de 2011, um grupo de pessoas ocupou a antiga escola primária do Alto da Fontinha, devoluta e abandonada há mais de cinco anos pelo município que a devia manter. Depois de um mês de ocupação do espaço e já com inúmeras actividades a decorrer, a CMP mandou a polícia despejar violentamente os ocupantes e emparedar o edifício. Depois de um longo processo negocial, o Es.Col.A voltou à Escola da Fontinha onde se mantém até hoje, com a indiferença da CMP.
Esta farsa é, para nós, inaceitável, tal como o é o despejo em si - seja agora, em Junho, ou em qualquer altura. Perante quem tem, repetidamente, falhado no cumprimento da sua própria palavra e que entende o ultimato como forma de negociação, a posição do Es.Col.A só pode ser a de não aceitar a decisão de despejo. Fazê-lo seria desistir do sonho com que partimos para esta aventura, o de transformar as nossas vidas com as nossa próprias mãos, ensinando e aprendendo com quem se cruza connosco, nas ruas da Fontinha. Porque o Es.Col.A, muito mais do que uma escola, é um laboratório dum mundo já transformado, resistiremos.
Precisamos do sentido solidário de toda a gente que se identifica com o projecto. Em todo e qualquer lado, que a ocupação e a libertação de espaços sejam a resposta generalizada ao ataque às iniciativas de emancipação popular dum sistema que prefere a propriedade, mesmo que abandonada, ao usufruto, mesmo que colectivo.
Que a moda pegue! ai, ai
LIBERTA ESPAÇOS,
CRIA ALTERNATIVAS!
DEVOLVE À COMUNIDADE OS ESPAÇOS PÚBLICOS DEVOLUTOS!