A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010
Mostrando postagens com marcador Margaret Thatcher. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Margaret Thatcher. Mostrar todas as postagens

15 de abril de 2013

Polícia londrina ameaça prender quem protestar contra Thatcher em funeral



"Thatcher se foi. Agora, vamos enterrar o 'thatcherismo', diz cartaz em manifestação londrina"

Coordenadora do cortejo afirma que manifestantes contrários à 'Dama de Ferro' não poderão 'perturbar' convidados do Opera Mundi

Uma das chefes de segurança responsável pela organização do funeral da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher advertiu neste domingo (14/04) que a polícia terá autoridade para efetivar prisões caso algum manifestante contrário à dama de ferro “perturbe ou provoque” os convidados ao evento, que está marcado para começar às 11h locais desta quarta-feira (17/04).

A comandante Christine Jones, que coordenou o casamento do Príncipe William com Kate Middleton, afirmou que os oficiais estarão respaldados pelo controverso artigo 5 do Ato da Ordem Pública, que os autoriza a intervir em caso de manifestações não-violentas causem “assédio, alarme ou angústia” às pessoas que seguirão o cortejo de sua residência até a Catedral de Saint Paul.

Aproximadamente três mil pessoas entraram a um evento que promete fazer uma festa animada em frente à catedral. Outro grupo de torcedores do Liverpool, a quem a premiê responsabilizou na década de 1980 pela tragédia no estádio de Hillsborough também “homenageou” a ex-premiê com uma série de cânticos, como “Não nos importávemaos quando você mentiu, não nos importamos que você morreu”.

Neste sábado, outras 3 mil pessoas se reuniram na Trafalgar Square para celebrar a morte de Thatcher, sem maiores ocorrências: apenas cinco pessoas foram presas por um contingente policial de 1.700 homens.

O envolvimento das Forças Armadas no funeral aumenta cada vez mais, e contará com participantes da Guerra das Malvias, vencida contra a Argentina em 1983. O custo público, inicialmente calculado em 8 milhões de libras esterlinas (24,2 milhões de reais), deve chegar agora a 10 milhões de libras (ou ), o que provocou protestos no Partido Trabalhista, que “considera um valor muito alto para tempos de austeridade”, segundo a revista Observer.

Os filhos

A filha da ex-primeira-ministra, Carol Thatcher, por sua vez, quebrou o silencio e se manifestou sobre a morte de sua mãe. Vestida de preto, a ex-jornalista posou para fotos ao lado de seu irmão, Mark, ela disse que “se sente como qualquer outra que tenha perdido um parente. É um momento incrivelmente triste e ao mesmo tempo provocador em minha vida. Minha mãe me disse uma vez: ‘Carols, acho que meu lugar na história está garantido’. Os incríveis tributos nessa semana, as maravilhosas palavras do presidente (dos EUA, Barack) Obama e outros de seus colegas que trabalharam ao seu lado provam que ela está certa”, afirmou.

E agradeceu aos que lhe deram palavras de apoio, mas “mesmo assim está será uma semana dura, mesmo para a filha da ‘Dama de Ferro’”.

Já o filho de Thatcher, Mark, condenado por envolvimento em ume escândalo de tráfico de armas para promover um golpe de Estado na Guiné Equatorial em 2004, terá um papel secundário no evento.

Do Opera Mundi

Outras notícias de Mark Thatcher
Mark Thatcher acusado de se beneficiar de acordo de venda de armas entre Margaret Thatcher e Arabia Saudita

Forte esquema de segurança de Mark Thatcher foi pago com dinheiro do governo britânico, Margaret Thatcher teria facorecido empresas que empregavam seu filho como consultor

10 de abril de 2013

Margaret Thatcher em tempos de Feliciano




No início de sua carreira política no partido conservador (Tory), Margaret Thatcher foi uma voz dissonante em seu partido ao votar contra a criminalização das relações homossexuais em 1967. Esta posição louvável no entanto parece ter sido um exceção na sua tragetória política.

Em 1987, durante sua tentativa de reeleição, tudo indicava que ela seria vitoriosa, no entanto, Thatcher utilizou uma estratégia de campanha baseada no preconceito para ganhar espaço dentro de seu partido e junto ao eleitorado.

Margaret acusou o partido trabalhista de "promover o homossexualismo" nas escolas públicas ao ensinar que a diversidade deveria ser respeitada.

Mesmo após o término da campanha Thatcher apoiou a aprovação da chamada Seção 28 que proibia o ensino do respeito a diversidade em escolas públicas. Segue o texto original e uma tentativa de tradução:

(1) A local authority shall not (a) intentionally promote homosexuality or publish material with the intention of promoting homosexuality; (b) promote the teaching in any maintained school of the acceptability of homosexuality as a pretended family relationship. (2) Nothing in subsection (1) above shall be taken to prohibit the doing of anything for the purpose of treating or preventing the spread of disease. (3) In any proceedings in connection with the application of this section a court shall draw such inferences as to the intention of the local authority as may be reasonably be drawn from the evidence before it.

Tradução (usando o tradduka):

(1) Uma autarquia local não poderá (a) intencionalmente promover homossexualidade ou publicar material com a intenção de promover a homossexualidade; (b) promover o ensino em qualquer escola mantida acerca da aceitabilidade da homossexualidade como uma pretensa relação familiar. (2) Nada na subseção (1) acima poderá ser usado para proibir a autoridade local de fazer qualquer coisa com a finalidade de tratar ou prevenir a propagação da doença. (3) Em qualquer processo no âmbito da presente secção um Tribunal estabelecerá tais inferências sobre a intenção da autoridade local, como pode ser razoavelmente ser extraídos os elementos de que dispõe.

O escritor Tom Doran do pais de Gales descreveu o episódio da seguinte forma:

"As a member of Parliament (MP) in the 1960s, she was one of only a handful of Conservatives to vote for the decriminalization of homosexuality, a truly forward-thinking and brave gesture that she deserves a great deal of credit for.
Sadly, as Prime Minister, she would squander much of that credit (ironically enough, for a politician who put such stock in thrift) by lending her support to one of the nastiest anti-gay measures of modern times: the infamous Section 28 of the Local Government Act 1988, which forbade schools from teaching "the acceptability of homosexuality as a pretended family relationship." This was despite the open secret (among Westminster insiders, at least) that several prominent members of her government were themselves gay, albeit in reinforced-steel closets. It remains one of the darkest spots on her legacy."


Tradução livre:

"Como um membro do Parlamento (MP) na década de 1960, ela foi uma das poucas conservadores votar a favor da descriminalização da homossexualidade, um gesto verdadeiramente corajoso e visão de futuro que lhe garante muito crédito.

Infelizmente, como primeira-ministra, ela jogou no lixo seu crédito (Ironicamente, para um político que colocar essas ações em thrift) ao apoiar a uma das piores medidas anti-gay dos tempos modernos: oa infame seção 28 do Governo Local Act 1988, que proibiu as escolas de ensinar a aceitação da homossexualidade. Mesmo o segredo de polichinelo (entre os insiders de Westminster, pelo menos) que vários proeminentes membros do seu governo eram gays, embora em segredo. O apoio a esta medida é um dos pontos mais obscuros de seu legado."

Em artigo no The Guardian Matthew Todd descreve o este ato como sendo cruel. A atmosfera da época era nefasta, a AIDS matava muitos membros da comunidade homossexual, associado a isso começou uma campanha da mídia conservadora contra figuras do partido trabalhista que apoiavam os direitos dos homossexuais. Thatcher se aproveitou deste clima para ganhar capital político. Ela atacou escolas locais por ensinarem "que todos tinham direito de serem homossexuais". Durante as eleições de 1987 atacou o apoio dos trabalhistas e a defesa dos direitos dos homossexuais, após a campanha apoiou a seção 28. Esta colocou jovens em risco ao impedir que os mesmos tivessem acesso a informação e pudessem se defender do avanço do HIV. Ou nas palavras de Matthew:

"If you were a gay man in the mid to late 80s – let alone a teenager, as I was – you were one of the unlucky ones. The kick in the teeth was far from metaphorical. When a terrifying new disease began cutting down gay men like rows of corn, the media, most vociferously led by the Sun's then editor, Kelvin MacKenzie, launched a campaign of deeply unpleasant propaganda. Knowing that hated Labour politicians such as Ken Livingstone were actively supportive of gay equality, the rightwing media seized their opportunity."


"I never met her. Maybe Thatcher didn't hate gay people that she knew. This makes it more despicable that she was willing to throw us – including kids like me, desperate for help in 1988 when section 28 came in – to the wolves for the sake of a few poll points. What she did do was inflict huge damage on a community that desperately needed support, and smashed down any possibility of supporting confused children or educating them about how to not catch HIV."



8 de abril de 2013

Margaret Thatcher (1925-2013): Tariq Ali on Late British PM’s Legacy from Austerity to Apartheid



Former British Prime Minister Margaret Thatcher has died at the age of 87. Thatcher was Britain’s first female prime minister, serving three terms in office. Known as the "Iron Lady," Thatcher became synonymous with austerity economics as a close ally of President Ronald Reagan. She famously declared to critics of neoliberal capitalism that "there is no alternative." Her long-running battle with striking British miners dealt a major blow to the union movement in Britain and ushered in a wave of privatizations. On foreign policy, Thatcher presided over the Falklands War with Argentina, provided critical support to the Chilean dictator Augusto Pinochet, and famously labeled Nelson Mandela a "terrorist" while backing South Africa’s apartheid regime. We go to London to discuss Thatcher’s legacy with Tariq Ali, British-Pakistani political commentator, writer, activist and editor of the New Left Review. [includes rush transcript]

TRANSCRIPT

This is a rush transcript. Copy may not be in its final form.

AMY GOODMAN: We turn to the breaking news of the death of former British Prime Minister Margaret Thatcher at the age of 87. She was Britain’s first female prime minister, serving three terms in office. Known as the "Iron Lady," Margaret Thatcher became synonymous with austerity economics as a close ally of President Ronald Reagan. She famously declared to critics of neoliberal capitalism that, quote, "There is no alternative." Her long-running battle with striking British miners dealt a major blow to the union movement in Britain and ushered in a wave of privatizations. On foreign policy, Thatcher presided over the Falklands War with Argentina and provided critical support to the Chilean dictator Augusto Pinochet.

To discuss Margaret Thatcher’s legacy, we go now to London, where we’re joined by Tariq Ali, British-Pakistani political commentator, writer, activist and editor of the New Left Review.

In these last minutes we have, Tariq, talk about the legacy of, talk about the tenure of the former British Prime Minister Margaret Thatcher.

TARIQ ALI: Amy, there’s no doubt about it. She transformed British politics. She basically won over the opposition. Her legacy is still very much in force, so she’s not at all dead in terms of what is going on in this country. Her policies are being carried out by the coalition government. Tony Blair and Gordon Brown, New Labour prime ministers, were completely enthralled to her. She was the first person invited by Blair to 10 Downing Street when he became prime minister, to show how much he owed her, and Gordon Brown did exactly the same thing. So we have had a continuum, that the process Margaret Thatcher started off was carried on by Blair, who used rhetoric on the Iraq, Kosovo and Afghan wars very similar to the rhetoric she used on the Falklands. And this policy has continued. So her legacy is effectively to have wrecked Britain economically and to have made it a total vassal state of the American empire.

AMY GOODMAN: Tariq, can you talk about the legacy of Thatcherism for the working class in Britain?

TARIQ ALI: Well, basically, she took on the workers’ movement, which had become very strong. Trade unions were very powerful in this country, and they were effectively challenging capital by demanding a share of the take, and being quite successful. The miners’ union, one of the most respected unions in the country, challenged her. She organized the state, the use of the police, use of the secret services, to defeat them. And she did it, and she referred to union militancy as "the enemy within." She was very hot on enemies, either abroad or at home. And that phrase, "the enemy within," has been used subsequently against dissidents of other sorts by her successors.

AMY GOODMAN: Can you talk about her foreign policy, from the Falklands War—and we only have a minute—to her support of the apartheid regime, calling Nelson Mandela a terrorist?

TARIQ ALI: Well, she did call Nelson Mandela a terrorist, but one should remember that the Western governments as a whole were not at all friendly to the ANC, sustained and maintained apartheid, with a few exceptions in Scandinavia, throughout it. And Thatcher was upfront about it. Her foreign policy was deeply conservative and reactionary, and that foreign policy has not changed since she was forced out on Europe. Europe is still a big, big divisive issue in the country and within the Conservative Party as a whole.

And so, on every level, Amy, domestic level, international level, Thatcherism continues. One shouldn’t imagine that it’s over. And I hate to say this, but the fact that we haven’t come up, or no one has—neither the center-left or anyone else has managed to come up with an alternative to the Wall Street crash of 2008, does indicate that there was some truth in her statement that there is no alternative, at least as far as the mainstream is concerned.

AMY GOODMAN: Tariq Ali, I want to thank you for being with us, British-Pakistani political commentator, historian, activist, filmmaker, novelist and editor of the New Left Review, joining us from London on this late breaking news that the former prime minister of Britain, Margaret Thatcher, has died at the age of 87.

That does it for our show. Tune in tomorrow. Will Potter of Green is the New Red will be on to talk about how over a dozen state legislatures have introduced bills to target people who go undercover to expose farm animal abuse.